Caixa cede à pressão, mas anuncia número insuficiente de contratações

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  Depois de toda a pressão exercida pelo Sindicato, a Caixa Econômica Federal finalmente buscou autorização do Ministério Planejamento para contratar 2,2 mil novos funcionários. O anúncio foi feito em reunião de negociação da pauta específica, nesta sexta (04), em Brasília, entre o Comando Nacional dos Bancários, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e a direção do banco.

Para o coordenador da CEE/Caixa, Jair Pedro Ferreira, “esta é uma vitória que deve ser comemorada, mas o número está longe do ideal, pois a Caixa conta hoje com 81 mil funcionários, sendo que a Comissão quer chegar a 100 mil, para o funcionamento adequado das agências”.

“Embora em número insuficiente, sabemos que essas possíveis contratações são resultado da cobrança exaustiva e incansável que o Sindicato exerceu sobre a Caixa. Fizemos manifestações, atos, abaixo assinado, vistorias nas agências, reuniões na Superintendência Regional do Trabalho, denunciamos as péssimas condições de trabalho, que afetam os bancários tanto quanto a população”, enumera Wandeir Severo, diretor do Sindicato.

O último concurso, feito em 2008, aprovou 9.658 pessoas, das quais apenas 685, o equivalente a 7%, foram convocadas. Para chegar ao número ideal de funcionários, para reduzir as intermináveis filas e garantir condições sem sobrecarga de trabalho, a Caixa precisaria convocar todos os aprovados de 2008 e ainda realizar novo concurso.

Os temas em pauta nesta rodada de negociação eram Saúde Caixa, segurança bancária e condições de trabalho. Todavia, o tempo da reunião foi tomado, principalmente, para esclarecer os pontos da pauta relacionados ao Caixa Saúde. Depois só foram discutidos temas como a implantação de portas giratórias na entrada principal das agências, o Projeto Estratégico de Atendimento (Peate) da Caixa e uma possível revisão no método de distribuição do superávit do plano de saúde.

A discussão, que durou cerca de quatro horas, seguiu em torno do descumprimento, por parte da Caixa, do compromisso de fazer em mesa de negociação uma avaliação do sistema de custeio e do funcionamento geral do Saúde Caixa. Os empregados também reivindicam a implantação imediata dos comitês de acompanhamento do credenciamento e descredenciamento de serviços médicos, hospitalares e laboratoriais, conforme acerto anteriormente firmado.

O banco não apresentou nenhuma proposta. Só se comprometeu a implantar exaustores em todas as bancadas de penhor das agências até dezembro deste ano. A negociadora da Caixa, Ana Telma, anunciou que a contraproposta deverá ser entregue até a metade da próxima semana.

Haverá uma próxima negociação na sexta, dia 11 de setembro, para debater a questão da Funcef/aposentados, isonomia, democratização da gestão e outros temas. Na sequência, ainda sem data definida, serão debatidos assuntos como Plano de Cargos Comissionados (PCC), Plano de Cargos e Salários (PCS) e jornada de trabalho.