Caixa apresenta proposta incompleta de PFG, não avança e desagrada bancários

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Sindicato com Confrat-CUT 

A Caixa apresentou uma proposta incompleta de Plano de Funções Gratificadas (PFG) durante a reunião de negociação permanente com a Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa) realizada na tarde desta quarta-feira (25). Além disso, apresentou alguns novos itens da proposta que vão contra as reivindicações dos trabalhadores e representariam retrocessos.

261109g.jpgPela a proposta, sem os valores estipulados e que ainda tem que ser submetida à aprovação do Conselho Diretor da empresa, o número de cargos gratificados seria reduzido de 119 para 56, simplificando a estrutura das funções.

A tabela apresentada tem 15 níveis e 9 gradações para progressão horizontal em cada nível. Entre a primeira e nona gradação há uma progressão total de 15% nos vencimentos. Pelo que foi apresentado, todos os empregados ficarão na primeira gradação do nível em que for enquadrado quando o plano for implementado.

Ainda segundo a proposta, os empregados cujos salários ficariam abaixo da nova tabela teriam um Adicional Provisório de Adequação (APA) para evitar a redução salarial. Este complemento sofreria redução gradual conforme o salário fosse aumentando.

O PFG apresentado, contudo, só será disponível para quem for técnico bancário novo (TBN).

Novo concurso em março

Como o último concurso público para ingressar na empresa perderá sua validade em julho do ano que vem, os representantes da empresa informaram que será publicado em janeiro edital convocando novo concurso a ser realizado em março próximo.

A decisão de chamar novo concurso foi criticada pelo diretor do Sindicato Wandeir Severo. “A Caixa ainda tem um enorme cadastro de reserva de um concurso em que poucos foram contratados e já está falando em convocar outro. A quem interessa esses gastos desnecessários que serão realizados com novo concurso?”,  questiona.

Defesa dos concursados aprovados

Enquanto a reunião acontecia, o Sindicato e um grupo de concursados aprovados no último concurso entregaram ao representante do vice-presidente de Gestão de Pessoas da Caixa, Édilo Valadares, uma carta pedindo celeridade no processo de contratação de novos empregados, um dos pontos do acordo firmado entre os trabalhadores e a empresa durante a Campanha Nacional dos Bancários deste ano.
Na carta, o Sindicato relata os problemas enfrentados nas agências graças à falta de pessoal e pede que seja completada a substituição de terceirizados demitidos por empregados concursados. “Até agora o número de contratados é de apenas um terço do que foi demitido. Quem sofre com isso é o trabalhador que tem excesso de trabalho e os clientes que têm de enfrentar filas ainda maiores”, protesta.

Jornada de 8h para 6h

Os representantes da direção da Caixa adiantaram durante a reunião de negociação que o Conselho Diretor votará na próxima segunda-feira a proposta de redução da jornada de trabalho diária de 8h para 6h com redução proporcional dos salários de várias funções. Contudo, os representantes de Caixa afirmaram que se estuda uma forma de os salários dessas funções serem mantidos nos atuais patamares durante uma fase de transição.

Além disso, o banco afirmou que considera que algumas funções sem controle de ponto, como a de Gerente Geral, seriam "Sem jornada definida", ou seja, sem direito a hora-extra. Por fim, o banco afirmou que pretende manter a discriminação contra os empregados que não saldaram o Reg/Replan, impedindo sua migração para o novo plano. Para isso, o banco pretende viabilizar junto à Funcef a reabertura do saldamento do plano.

"Deixamos claro para o banco que não podemos aceitar redução salarial, eliminação de horas-extras nem a discriminação contra os empregados com Reg/Replan não saldado. Se o banco mantiver estes pontos, orientaremos para a rejeição da proposta nas assembleias", afirma Plínio Pavão, diretor da Contraf-CUT e empregado da Caixa. Os trabalhadores reivindicam jornada de seis horas para todos os bancários sem redução salarial.

Dias parados de 2008

Não avançaram as negociações sobre os descontos indevidos sobre os dias parados nas greves de 2007 e de 2008. A empresa mostrou disposição de negociar os dias de 2008, mas englobando todo o país e não separadamente com cada sindicato.

Espera por definições

Para o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa e diretor do Sindicato, Jair Pedro, a reunião foi pouco produtiva. “Temos que esperar já que as propostas apresentadas ainda terão de ser aprovadas pelo Conselho Diretor da empresa e a tabela do PFG não foi apresentada com os valores específicos de cada nível”, afirmou.

Nova reunião de negociação foi marcada para o dia 2 de dezembro, às 16h, quando o Conselho Diretor já terá tomado suas decisões.

Saúde Caixa

A Contraf-CUT informou ao banco que já está finalizando junto às entidades sindicais a indicação dos representantes que comporão os comitês de acompanhamento de rede do Saúde Caixa. Serão 15 comitês em todo o país (um para cada Gipes), com cinco membros titulares e cinco suplentes. "Acreditamos que eles contribuirão para melhoria na rede de credenciados", afirma Plínio. Os nomes indicados pelos trabalhadores serão passados para a Caixa até o fim dessa semana.

Cobrada pelos bancários, a Caixa informou que realizará uma áudio-conferência com todas as Gipes orientando sobre o funcionamento dos comitês e sobre o processo de implementação. Os comitês terão a participação de dois empregados de cada Gipes, sendo pelo menos um gestor. O banco informou ainda que vai expedir uma comunicação eletrônica detalhando o processo e realizar, no dia 17 de dezembro, uma reunião nacional com as Gipes na qual incluirá o tema.

Os representantes dos bancários manifestaram também ao banco sua preocupação quanto à reunião do Conselho de Usuários do Saúde Caixa, a ser realizada em dezembro para avaliar o balanço do ano, avaliar a projeção atuarial para o próximo exercício e definir os valores de custeio. "A Caixa teve problemas de falta de processamento nos últimos anos, o que fez com que debatêssemos em cima de números pouco confiáveis por três exercícios. Nos dois últimos dois anos, o Saúde Caixa apresentou expressivo superávit", afirma Jair Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).

"Acertamos na mesa de negociação da Campanha Nacional 2009 que o banco apresentará os números ao GT-Saúde para se fazer uma reavaliação dos exercícios passados, para se necessário estabelecermos em processo negociado alterações no modelo de custeio e verificar a real situação financeira do plano, que ao que tudo indica é altamente superavitária, com o que a Caixa concordou, embora tenha afirmado que tal processo só poderá ser feito no ano que vem", conclui. Dessa forma, os trabalhadores reivindicaram que não seja feito nenhum reajuste no custeio do plano antes de feito o levantamento.

Eleição para as Cipas

Os trabalhadores apresentaram ao banco proposta para a realização das eleições de todos os membros das Cipas, direito conquistado na última campanha salarial. Segundo a proposta, nas unidades que têm comissão constituída, as eleições seriam realizadas apenas após o fim dos mandatos em curso. A Caixa deve informar as entidades sindicais com 45 dias de antecedência do vencimento dos mandatos em cada unidade, como já previsto no Acordo Coletivo, para que seja iniciado o processo de eleição, já no novo modelo. Nas unidades que não têm comissão, apenas um representante indicado pela empresa, os empregados propõem calendário nacional para o processo de eleição, a ser realizado em fevereiro. A proposta foi aceita, ficando acertado que na próxima reunião os representantes dos empregados trarão uma sugestão de calendário.

Boatos

O banco também foi questionado a respeito de alguns boatos que surgiram entre os empregados. Um deles diz respeito à criação pela empresa de um programa de incentivo à aposentadoria. Questionados, os negociadores do banco negaram a existência de planos nesse sentido.

Reestruturação das filiais

Outro ponto que preocupa os empregados é a reestruturação das filiais, chamado pela Caixa de "novo modelo de filiais". Os negociadores da empresa afirmam não ter informações sobre o processo, pois estas ainda estão restritas à área responsável. Os dirigentes sindicais manifestaram suas preocupações com relação ao destino dos funcionários envolvidos no processo e com a adequação da própria estrutura proposta. "Uma questão é o que vai acontecer com as Gipes, uma vez que há rumores de que elas seriam diminuídas das atuais 15 para cinco em todo o país. E para a área de saúde do trabalho e para o Saúde Caixa, o movimento sindical considera que mesmo as 15 são pouco: queremos pelo menos uma por estado", afirma Jair. Os negociadores da Caixa registraram a preocupação e comprometeram-se a repassar as informações assim que tenham acesso a elas.

Processo de avaliação por mérito 2009 do PCS

A comissão paritária de acompanhamento do PCS estabeleceu a criação de um cronograma de reuniões para debater os critérios a serem aplicados na avaliação por mérito para o exercício 2009. Para isso, é necessário que a Caixa forneça algumas informações sobre o processo de 2008 (valor global das promoções, quantidade de empregados que obtiveram promoção por antiguidade no período, entre outros). O banco se comprometeu a fornecer esses números. Após isso será estabelecido um calendário de reuniões.

Exaustores nas bancadas de penhor

Os bancários questionaram a Caixa sobre os exaustores que estão sendo instalados nas bancadas de penhor, conforme negociado na Campanha 2009. No Ceará, empregados reclamaram que o aparelho adquirido pelo banco não atende às especificações necessárias. O Sindicato do Ceará contratou um perito que confirmou a inadequação dos aparelhos e alertou para a possibilidade deles espalhar os vapores das bancadas para outros ambientes. A Caixa ficou de avaliar a situação.

Condições de trabalho

Os trabalhadores levaram para a mesa de negociação denúncia de várias unidades de todo o Brasil sobre a demora da Caixa para fazer manutenção de aparelhos de ar condicionado. A falta do equipamento causa grandes transtornos para empregados e clientes, especialmente no verão e em algumas localidades. Segundo relatos, a demora no conserto chega a até 40 dias. Os negociadores do banco se comprometeram a checar a situação e trazer uma resposta na próxima reunião.