Caixa apresenta apenas parte de sua proposta de PCC e causa insatisfação

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Nesta quarta-feira 8 de julho, Dia Nacional de Luta dos Empregados, a direção da Caixa colocou sobre a mesa de negociação com as representações dos bancários o seu diagnóstico sobre a atual estrutura de carreira da empresa, junto com premissas e propostas para um Plano de Funções Gratificadas (PFG), nova denominação para o Plano de Cargos e Salários (PCC). O debate e a negociação de um novo Plano de Cargos Comissionados é uma conquista do acordo coletivo da última campanha salarial.

“A apresentação apenas de premissas é insatisfatória para nós. A Caixa teve tempo mais do que suficiente para apresentar um plano detalhado para avaliarmos e levarmos à discussão com a categoria. O compromisso era divulgar sua proposta no dia 30 de junho. Atrasou e saiu incompleto”, critica o diretor do Sindicato Enilson da Silva. “Agora, teremos que analisar dados parciais e aguardar um detalhamento da proposta que será apresentada apenas no dia 16 para tomarmos uma posição”, completa Raimundo Félix, secretário de Finanças do Sindicato.
 
Entre as premissas estabelecidas pela Caixa para o plano constam a diminuição no número de cargos; substituição das três tabelas salariais de funções gratificadas por uma única; e estímulo ao crescimento horizontal na carreira, sobretudo na rede e nas filiais.

A empresa assegura que não haverá redução de remuneração, mas entre as diretrizes estabelecidas para o PFG está o baixo custo. As demais são: simplicidade, inovação, motivação aos empregados e lógica. A conclusão da apresentação ficou pré-agendada para o próximo dia 16.

Banco adia solução para Saúde Caixa
A rodada de negociação desta quarta-feira tratou também do regimento para a criação dos comitês de acompanhamento do Saúde Caixa em cada uma das 15 Gipes (Gerência de Pessoas). O conteúdo do documento foi produzido por consenso no grupo de trabalho (GT) que reúne representantes dos bancários e da empresa, com propostas de solução para os problemas no programa de assistência à saúde. A empresa se comprometeu a analisar mais detalhadamente o regimento e se pronunciar sobre a implantação do mesmo nos próximo dias.

Comissão exige mais contratações
Em relação à unificação das baterias de caixa (Ret/PV), a empresa informou que o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado para suprimir as terceirizações nessa área foi plenamente cumprido. Foram desligados da empresa 9.239 empregados terceirizados nos módulos I e II. Para substituir esse contingente, foram contratados 5.429 empregados concursados.

A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa reafirmou que essas substituições são claramente insuficientes e que é necessário contratar muito mais, pois são graves as condições de trabalho e atendimento nas agências por falta de funcionários. Entre os problemas de integração apontados pela comissão dos empregados destacam-se o desvio de função e o excesso de horas-extras. O cumprimento de uma jornada além do horário convencional coloca em risco a saúde do trabalhador, que fica exposto a erros pela carga excessiva de trabalho e compromete a segurança da agência como um todo.

Tíquete na aposentadoria ainda em estudo
A CEE/Caixa cobrou a definição de proposta de implantação da cláusula 35 do acordo 2008/2009 que trata do tíquete na aposentadoria para empregados que ingressaram na Caixa até janeiro de 1995. Os representantes da empresa afirmaram que os estudos estão sendo finalizados e assim que concluídos serão apresentados para a CEE/Caixa.

Premissas e Propostas para o FPG

Premissa 1:
Modelo de Funções Amplas que possam atender maior números de áreas.
Proposta:
– Agrupar as funções gratificadas por similaridade, considerando a complexidade, natureza e a responsabilidade.
– Manutenção da nomenclatura de Funções Gratificadas por exigência legal.

Premissa 2:
Dar tratamento diferenciado na nomenclatura das funções gratificadas para as áreas de TI, Auditoria e Jurídico.
Proposta:
– Criação/manutenção de funções gratificadas específicas para TI, Auditoria e Jurídico.

Premissa 3:
Diferenciação de atribuição entre cargos técnicos da Matriz e Filial.
Proposta:
– Remunerar diferentemente os cargos técnicos da Matriz e Filial.

Premissa 4:
Uniformidade nos critérios de construção do Plano de Funções Gratificadas (remuneração, avaliação, número de níveis hierárquicos).
 Proposta:
– Elaboração de tabela única para todas as Funções Gratificadas.

Premissa 5: Crescimento profissional compatível com a expectativa de tempo de serviço na Empresa, atrelada às competências acumuladas ao longo da vida laboral.
Proposta:
– Criação de padrões ou bandas salariais para progressão horizontal, por meio de critérios de avaliação.

Premissa 6: Utilização dos níveis Jr. Pl. e Sr. quando há diferença explícita de atribuições.
Proposta:
– Extinção dos níveis para os cargos em comissão: Analista, Avaliador Executivo, Técnico Social e Consultor de Processo.

Premissa 7: jornada de 6 horas para todas as Funções Gratificadas sem caracterização de fidúcia.
Proposta:
– Definição de jornada única de 6h para as funções Gratificadas sem a caracterização de fidúcia e jornada única de 8h para as com caracterização de fidúcia.

Premissa 8: O CTVA ou qualquer outra rubrica que venha a substituí-lo não poderá ser parcela contributiva para o REG/REPLAN. 
Proposta:
– Manutenção do conceito CTVA.
– Manutenção da nomenclatura CTVA  e/ou criação de uma nova. 

Premissa 9: Manutenção de mecanismos para atração, retenção e valorização de empregados no segmento Negocial e de Filiais. 
Proposta:
-Porte e Mercado: desvincular da Tabela Salarial a remuneração das funções gratificadas;
– Extinção do porte nas Filias. 

O novo PFG deve contemplar as seguintes diretrizes:
– Simplicidade;
– Inovação;
– Motivação aos empregados;
– Lógica;
– Baixo custo.

Sistema de classificação de cargos ou funções gratificadas pode ser desenvolvido em dois modelos:
-Americano: altos níveis de especialização e grande quantidade de cargos de conteúdo estreito, seguindo os pressupostos de produção em massa, da simplificação de rotinas como forma de atingir produtividade.
– Europeu: prioriza a amplitude dos cargos, prestando maior atenção na hierarquia, deveres e responsabilidades do que propriamente na natureza das atribuições.

A estruturação de cargos do PFG contempla:
– Análise das macroatividades da Caixa e atividades principais dos atuais cargos em comissão;
– Análise da estrutura básica e funcional da Caixa;
– Análise da coleta de dados avaliado através de formulário enviado a uma amostra de empregados de todos os cargos comissionados atuais;
– Definição de critérios para agrupamento de cargos:
1) Similaridade entre Funções e
2) Obediência a características de funções amplas (comando, especializadas e de suporte e técnico-operacionais);
– Definição de critérios para distribuição de funções nos subsistemas de acordo com características de cada: Matriz, Filial e Negocial.

Novo Plano de Funções Gratificadas Caixa
– Fundamentado no modelo europeu: criação de funções gratificadas amplas e enriquecidas;
– Conteúdo das funções gratificadas é vinculado a subsistemas ou processos (macroatividades) presentes na Caixa;
– Hierarquização por graus de complexidades, que serão atendidos por conhecimentos gerados na própria instituição e pela conjugação de aprendizagem e experiência, além de mérito e desempenho;
– Remuneração compatível com o processo de crescimento intelectual e vivencial do empregado ao longo de sua carreira na Caixa (promoções verticais e horizontais);
– Gestão de pessoas facilitada por redução do número de funções gratificadas e das respectivas exigências legais e burocráticas.