BRB registra lucro líquido de R$ 70,1 milhões

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No primeiro semestre de 2008, o Banco de Brasília (BRB) registrou lucro líquido de R$ 70,1 milhões, o melhor desempenho para um semestre na história da instituição financeira. Esse valor representa um crescimento de 86,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, a rentabilidade patrimonial foi de 33,8% – acima da média dos demais bancos públicos – 30,8% (veja quadro abaixo). No entanto, a redução das despesas de provisões para operações de créditos duvidosos voltaram a desempenhar um papel de destaque nesse resultado. O desempenho também foi impactado positivamente pelo resultado bruto da intermediação financeira que aumentou 7,3%. As informações são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Rentabilidade dos demais bancos públicos

Banco do Brasil – 30,3%
Caixa Econômica – 40,8%
Banrisul – 22,8%
Nossa Caixa – 32,8%
Banestes – 29,8%
Banese – 28,6%

As receitas de intermediação financeira aumentaram 9,1%. Entre elas, destacaram-se as receitas com operações de crédito – principal receita no balanço consolidado do banco – com crescimento de apenas 3,2% no período. O resultado com aplicações em títulos públicos cresceu 19,6%. A segunda maior fonte de lucro do banco foram as receitas de prestação de serviços, com crescimento de 9,3%. Por fim, destaca-se o lucro de R$ 42,5 milhões da BRB Crédito, Financiamento e Investimento (BRB/CFI).

Quando ao comportamento das despesas financeiras, o balanço registra um aumento de 12,4% – superior ao desempenho das receitas financeiras. A elevação dessas despesas é resultado do aumento de 32,5% nas despesas de captação no mercado. Por outro lado, as despesas de provisão para crédito de liquidação duvidosa registraram uma redução de 68,4%, o que representou uma economia de R$ 18,4 milhões aos cofres do banco.

Segundo a economista do Dieese Ana Quitéria, sobre esse dado, é importante destacar que o comportamento dessas despesas no BRB não reflete a tendência de elevação observada no mercado. “Pois, o atual cenário de elevação do crédito exige uma maior cautela das instituições financeiras”. Em que pese a estabilidade no índice de inadimplência, o crescimento do crédito, por si só, é motivo suficiente para um aporte adicional nas provisões. “No BRB aconteceu exatamente o contrário, o banco nem sequer manteve o aporte verificado em junho de 2007, preferindo reduzi-lo drasticamente”, completa Ana Quitéria.

Tarifas já cobrem mais de 96% da folha de pessoal

As receitas de prestação de serviços (tarifas bancárias) do BRB consolidado já cobrem 96,2% das despesas de pessoal, que no semestre cresceram 8,4% e, pela primeira vez, desde o início da atual década, superaram as outras despesas administrativas do banco.

“Isso mostra que o BRB tem condições suficientes de continuar como banco público do Distrito Federal. Além de possuir atendimento personalizado, com profissionais competentes, a instituição é ferramenta indispensável para o desenvolvimento da região”, lembra Antonio Eustáquio.

Com relação à qualidade do crédito da instituição, o balanço do primeiro semestre de 2008 revela uma menor exposição ao risco, com um avanço da participação das operações de créditos classifica nos níveis AA, A e B – considerado de risco nulo ou baixo – que subiu de 78,3% para 86,5%. Por outro lado, a participação das operações de maior risco (F, G, H) reduziu de 3,5% para 2,7% no mesmo período.

O maior montante de crédito do BRB consolidado destina-se ao segmento pessoa física. No valor de 1,791 bilhão, essa carteira é responsável por 74% das operações de empréstimos da instituição. O segundo maior destino do crédito foi para o segmento habitacional, com R$ 139,8 milhões. O terceiro maior volume de crédito o banco classifica na rubrica ‘outros’. Trata-se de R$ 137,8 milhões do crédito da instituição não identificado com clareza no balanço patrimonial.

PLR

Já o valor destinado à Participação nos Lucros e Resultados (PLR) registrou um aumento de 87,4% no primeiro semestre de 2008. Com isso, estima-se que cada funcionário do banco receberá o valor bruto de aproximadamente R$ 5.600, a título de PLR. O balanço também informa que o banco encerrou o semestre com 2.232 empregados de carreira, 637 terceirizados, 509 estagiários e 120 menores aprendizes. O número de empregados de carreira representa um recuo de 1,9% em relação a dezembro de 2007, o que evidencia o que o Sindicato tem insistentemente cobrado: a necessidade de contratação de novos funcionários.