Brasília Debate os 50 anos da Revolução Cubana, dia 28, no Teatro dos Bancários

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“A Revolução Cubana era tudo: romance, heroísmo nas montanhas, ex-líderes com a desprendida generosidade de sua juventude – os mais velhos mal tinham passado dos 30 -, um povo exultante, num paraíso turístico tropical, pulsando com os ritmos da rumba”.

O cenário idílico narrado pelo historiador Eric Hobsbawm em A Era dos Extremos retrata com propriedade o fascínio que um dos mais emblemáticos movimentos populares de esquerda, liderado por Fidel Castro e Che Guevara, exerceu – e continua a exercer – mundo afora. É fato que muita coisa mudou desde aquele 26 de julho de 1959, e muitos daqueles que mal tinham passado dos 30 anos à época existem hoje apenas na força dos ideais de quem mantém viva a luta por um mundo mais justo e igualitário. Uma luta que segue seu curso na História. 

É com esse espírito que o Sindicato traz ao Teatro dos Bancários no próximo dia 28, dentro da programação de estreia do terceiro ano de atividades do Brasília Debate, o embaixador de Cuba no Brasil, Pedro Juan Núnes Mosqueta, para discutir o tema ‘50 anos da Revolução Cubana’. “Coincidência ou não, a crise financeira mundial colocou em xeque, no marco das comemorações da eclosão do movimento cubano, os valores que esse levante já condenava 50 anos atrás”, lembra o diretor do Sindicato Eduardo Araújo. “Um tema extremamente atual, portanto”.

Programação

O evento acontece no Teatro dos Bancários no dia 28 deste mês, às 19h, e será aberto com a apresentação musical da cantora Myrlla Muniz (foto). Haverá a exibição de um vídeo histórico sobre o tema e, logo em seguida, será aberta a exposição do embaixador. Na sequência, acontece um debate, que vai contar com a participação do público.

Clique aqui para conhecer mais sobre Myrlla Muniz.

O Teatro dos Bancários fica na EQS 314/315 – Asa Sul. Mais informações pelo telefone 3262-9090. 

E no dia 19 de maio, o Brasília Debate o tema racismo.

O que foi a Revolução Cubana

Sendo uma das últimas nações a se tornarem independentes no continente americano, Cuba proclamou a formação de seu Estado independente sob o comando do intelectual José Marti e auxílio direto das tropas norte-americanas. Cuba pouco a pouco se transformou no famoso “quintal” de grandes empresas estadunidenses. Essa situação contribuiu para a instalação de um Estado fragilizado e subserviente. De fato, ao longo de sua história depois da independência, Cuba sofreu várias ocupações militares norte-americanas, até que, na década de 1950, o general Fulgêncio Batista empreendeu um regime ditatorial explicitamente apoiado pelos EUA.

Nesse tempo, a população sofria com graves problemas sociais que se contratavam com o luxo e a riqueza existente nos night clubs e cassinos destinados a uma minoria privilegiada. Ao mesmo tempo, o governo de Fulgêncio ficava cada vez mais conhecido por sua negligência com as necessidades básicas da população e a brutalidade com a qual reprimia seus inimigos políticos. Foi nesse tenso cenário que um grupo de guerrilheiros se formou com o propósito de tomar o governo pela força das armas.

Sob a liderança de Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto “Che” Guevara, um pequeno grupo de aproximadamente 80 homens se espalhou em diversos focos de luta contra as forças do governo. Entre 1956 e 1959, o grupo conseguiu vencer e conquistar várias cidades do território cubano. No último ano de luta, conseguiram finalmente acabar com o governo de Fulgêncio Batista e estabelecer um novo regime pautado na melhoria das condições de vida dos menos favorecidos.