BB: com pontos indefinidos, negociações sobre saúde e condições de trabalho vão prosseguir

0

negociaobbespecifica.JPG

O Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Empresa dos Funcionários se reuniram nesta terça-feira, 1º de setembro, com representantes do Banco do Brasil para mais uma rodada de negociações da pauta específica do funcionalismo, dessa vez para tratar das cláusulas relativas ao tema saúde e condições de trabalho. O encontro foi realizado em Brasília, na sede do Sindicato.  

Não houve avanços nas questões relativas à saúde. O banco se limitou apenas a dizer que está analisando as reivindicações apresentadas, adiando para as próximas rodadas eventuais definições sobre os temas abordados. As propostas sobre saúde e condições de trabalho constituem um dos principais eixos da Campanha Nacional 2009. No caso específico do BB, as demandas mais importantes na área estão relacionadas à falta de funcionários, notadamente nas agências, aumentando sobremaneira a sobrecarga de trabalho, ocasionando assim, num crescente vertiginoso, o surgimento de doenças ocupacionais, como LER/Dort, por exemplo, além de transtornos psíquicos.  

Nesse sentido, os bancários reforçaram junto ao BB a necessidade de contratações de mais funcionários, o cumprimento da jornada de 6 horas, com a adoção do registro do expediente no ponto eletrônico, o fim da lateralidade, cláusula de VCP/LER, regulamentação de folgas e política de saúde. 

Substituições: pendências permanecem 

Um dos pontos mais cobrados na reunião foi o da cláusula que trata do fim da lateralidade e da volta do pagamento das substituições. Apesar de afirmar categoricamente que não concorda com a reivindicação, o BB entrou em contradição ao admitir para as agências com até sete funcionários o que classifica de “nomeação interina”, válida para todos os cargos e sem limite de dias. A nomeação ficaria a cargo das superintendências. “O banco tanto reconhece o problema que o admite. Já é um passo esse reconhecimento, apesar de insuficiente, e vamos trabalhar para a extensão dessa decisão para todas as agências”, afirma o representante da Federação Centro-Norte na Comissão de Empresa e diretor do Sindicato, Eduardo Araújo.    

Assédio moral 

Denunciada há tempos pelo movimento sindical, o BB reconheceu que a prática do assédio moral existe dentro da instituição financeira. Afirmou que considera importante que os bancários encaminhem as denúncias à Ouvidoria, que passou por mudanças na sua estrutura e agora conta com relatório, que deve ser respondido em até 30 dias pela dependência envolvida.

O banco também se comprometeu a instalar até dezembro, atendendo reivindicação dos representantes dos funcionários, Comitê de Ética para tratar de casos dessa natureza.  Haverá comitês estaduais, constituído por dois funcionários: um eleito, e que terá estabilidade garantida, e um representante indicado pelo banco.

“Os casos de assédio moral, que estão intimamente ligados à cobrança pelo cumprimento de metas, muitas delas impraticáveis, têm afetado o clima organizacional nos locais de trabalho. Em razão disso, a instalação do Comitê de Ética disciplinará qualquer tipo de comportamento em desacordo com as práticas de boa gestão”, diz Eduardo Araújo.   

O banco também informou que confeccionou cartilha sobre o tema, a ser distribuída aos bancários ainda neste mês de setembro.   

Reestruturação de dívidas

Os sindicatos solicitaram a renovação do LIC que trata da reestruturação de dívidas dos funcionários. O prazo do normativo venceu em janeiro deste ano. Eles reforçaram a crítica ao modo como são tratados pelo BB os bancários em situação de desequilíbrio financeiro – como clientes na hora da concessão dos créditos e venda de produtos, mas são discriminados no momento de negociar as dívidas. 

Sesmt

O BB reafirmou a criação na empresa do Sesmt, conforme previsto na Norma Regulamentadora 4 do INSS. O banco deve agora verificar internamente quais as pessoas que têm qualificação e interesse para assumir postos na carreira técnico-científica. O BB disse que realizará ainda este ano o concurso para preenchimento das cerca de 150 vagas previstas para técnicos.  

Nossa Caixa e Besc 

Os bancários também cobraram explicações do banco a respeito das demissões dos bancários da Nossa Caixa, ocorridas nessa segunda-feira, 31 de agosto. A medida contraria todos os compromissos assumidos pela direção do banco desde a instalação de mesa negocial entre os representantes dos empregados e os do banco para a garantia de direitos dos funcionários do ex-banco estadual.  

Também foi pedida a prorrogação do prazo para que os gerentes de conta do antigo Besc obtenham a certificação CPA 10 da Anbid, uma vez que não há previsão de provas para Santa Catarina dentro do tempo que fora estipulado. 

Nova rodada  

A representação dos trabalhadores volta a se reunir com o Banco do Brasil no próximo dia 11, às 14h, em Brasília. Na pauta, cláusulas sociais e sindicais.