Banqueiros pressionam Congresso; bancários devem intensificar mobilização

0

O sistema financeiro não tem compromisso com o emprego, somente com o lucro. Isso fica ainda mais evidente no artigo de Roberto Setúbal, dono do Itaú, o maior banco privado do país, publicado na Folha de São Paulo no domingo (2). Pelo teor do texto, em defesa da reforma trabalhista, ele deixa claro que o ônus deve sempre recair sobre os trabalhadores, enquanto o bônus é privilégio exclusivo dos bancos.

Para o Sindicato, esta é a conhecida política do troca-troca. Enquanto o governo deixa de cobrar os R$ 25 milhões sonegados pelo Itáu relativos à valorização do banco devido ao processo de fusão com o Unibanco, em 2008, o banqueiro vem a público reafirmar seu apoio às propostas do governo ilegítimo de Temer.

Para o dono do Itaú é indiferente que o governo abre mão desse montante num momento em que quer cortar investimentos sociais, privatizar e demitir, com a justificativa de que não tem dinheiro em caixa. O valor sonegado seria destinado ao pagamento da Previdência Social da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSSL) e o restante à Receita Federal.

Ao mesmo tempo, ao apoiar a nefasta reforma trabalhista, os banqueiros cobram de Temer a dívida por colocar no poder um presidente ilegítimo. Não é novidade que eles bancaram o golpe para tentar impor este projeto que retira direitos do trabalhador e rasga a CLT. E, como consequência desses retrocessos, acumulam e concentram ainda mais riqueza.
Interesse na redução de custos

Ao taxar a CLT de “muito detalhista, burocrática e intervencionista ao extremo”, Setubal admite que os banqueiros e rentistas estão de olho nas mudanças da legislação propostas pela PLC 38/2017.

Não é de agora que Setubal dispara ataques contra a legislação trabalhista Segundo ele, “a mudança proposta tem como principal objetivo a modernização das relações laborais. Ela está baseada na flexibilização das rígidas normas hoje estabelecidas pela
CLT e pelas várias súmulas do TST que interpretam e detalham os vários artigos dessa lei, principalmente de questões relacionadas à jornada de serviço”.

No entanto, por trás de tudo isso está o real interesse dos banqueiros, que é a redução de custos com os salários dos trabalhadores. O Itaú mal cumpre a legislação atual, não paga devidamente horas extras, praticando a compensação, e chega ao ponto de proibir férias.

Ganância dos banqueiros

A ganância dos banqueiros não tem limites. Além da cobrança de juros abusivos à população, eles demonstram total descaso com os trabalhadores, que estão adoecendo por conta de jornadas excessivas, falta de condições de trabalho, metas abusivas e assédio moral. E demitem cada vez mais sem fazer reposição de funcionários.

O Sindicato alerta sobre a importância da mobilização dos trabalhadores, que deve ser contínua e forte e a pressão sobre os parlamentares para que eles votem contra as reformas trabalhista e previdenciária.
Entre na plataforma ‘Na Pressão’ (napressão.org.br), uma ferramenta lançada pela CUT Nacional para cobrar autoridades como parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília