Banqueiros não querem discutir garantia de emprego

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Pontapé inicial da Campanha Nacional 2015, a primeira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban foi realizada nesta quarta-feira (19), em São Paulo. Emprego foi o tema da reunião, que contou com a participação do presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo.

Na primeira rodada de negociação, os representantes dos trabalhadores apresentaram e defenderam 25 cláusulas da minuta entregue à Fenaban no último dia 11 de agosto. Entre as principais defesas dos dirigentes sindicais está o item J do artigo 40, que reivindica estabilidade de 5 anos para empregados de empresas incorporadas.

Demissão imotivada

Depois de um debate conceitual sobre emprego e a convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) – que proíbe a demissão imotivada – artigos 39 e 40 da minuta da Fenaban, os banqueiros, após exemplificarem situações na Espanha e no Uruguai, negaram tal reivindicação justificando que o Brasil não é signatário da convenção 158.

Os dados sobre estoque de emprego, massa salarial e salário médio, apurados com base em dados públicos,  apresentados pelos sindicatos dos bancários, incluindo o de Brasília, foram contestados pelo representante da Fenaban, que não apresentou suas fontes para serem comparadas.

Contratações

Após serem cobrados pelo movimento sindical a ampliar o número de bancários para reduzir o déficit de pessoal nos locais de trabalho e melhorar o atendimento à população, os banqueiros afirmaram que não existe nenhum estudo que mostre a necessidade de mais contratações. Disseram ainda que as agências estão bem dimensionadas. Será?

Mudanças tecnológicas

Ainda durante a negociação, os dirigentes sindicais apresentaram uma proposta de criação da Comissão de Mudanças Tecnológicas. O debate não prosperou, pois, segundo os representantes das instituições financeiras, são questões de interesse de cada banco e o fórum destinado a esse debate não tem apresentado avanços significativos. Apesar da negativa, os banqueiros têm interesse em manter o fórum de novas tecnologias.

Terceirização

Terceirização também foi alvo de discussões acaloradas (artigo 43 da minuta). No desdobramento do debate, apareceu claramente o antagonismo sobre o PL 4330 (rebatizado de PLC 30 no Senado), que os banqueiros apoiam. A proposta que tramita no Congresso Nacional ataca os direitos da classe trabalhadora. Por esse e outros motivos, os bancários são contrários ao PLC 30.

Abonos

Os bancários também exigiram o cumprimento do artigo 51 da minuta, que reivindica 5 dias de abonos assiduidade. Contudo, não houve nenhuma sinalização, por parte dos banqueiros, de avanço nesta proposta.

“A postura dos banqueiros não foi nada satisfatória, porque não querem discutir a garantia de empregos. Durante a negociação, eles ainda falaram que apoiam o PLC 30, que amplia a terceirização. Por isso, vamos continuar mobilizando todos os trabalhadores para que a gente não saia com uma proposta de acordo ruim, na medida que os resultados dos bancos têm sido muito bons e não existe nenhuma crise no sistema financeiro”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo.

Da Redação