Bancos lucram alto e devem proposta decente aos bancários

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Com a divulgação do balanço da Caixa Federal, nesta segunda-feira (20), está consolidado o vertiginoso crescimento das cinco maiores instituições financeiras do Brasil que compõem a mesa de negociação da Fenaban com o Comando Nacional dos Bancários.

No primeiro semestre deste ano, Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander já ganharam R$ 41,9 bilhões, alta de 17,8% se comparado ao mesmo período de 2017. Os ativos dessas instituições, somados, bateram a casa dos R$ 6,2 trilhões no semestre. Um montante que supera, em muito, orçamentos como o da Saúde (R$ 114,8 bi) e o da Educação (R$ 109 bi) no Brasil para todo o ano de 2017.

Nesta terça-feira (21), será realizada a oitava rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2018. E o compromisso assumido na sexta-feira 17 é que a reunião só será encerrada com uma proposta a ser apresentada aos trabalhadores ou se houver um impasse. Ambas as situações serão apreciadas pelos bancários, em assembleias por todo o Brasil, para deliberar os rumos da Campanha.

Os bancários cobram sua parte em justas reivindicações como aumento real, PLR maior e respeito aos empregos e aos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), reivindicações que os bancos podem atender.

Nas primeiras rodadas de negociação, os negociadores da Fenaban disseram não haver necessidade de assinar a ultratividade (extensão da validade dos direitos até a assinatura de um novo acordo) porque a campanha seria encerrada antes da data base da categoria, 1º de setembro. Assim, os representantes dos trabalhadores voltam para a rodada desta terça-feira na expectativa de que a federação dos bancos cumpra o compromisso assumido e apresente uma proposta que possa ser levada aos bancários para apreciação.  

A proposta, além de conter índice de reposição total da inflação mais aumento real, tem de trazer solução para outras demandas fundamentais para categoria. “O setor está em excelente saúde financeira, não tem por que demitir”, ressalta. “O movimento sindical quer garantia de que os empregos bancários não serão trocados por terceirizados, intermitentes, temporários, autônomos conforme a lei trabalhista pós-golpe admite. Além disso, melhores condições de trabalho com o fim do assédio moral e das metas abusivas; promoção da igualdade de oportunidades independente de raça, gênero, orientação sexual.”

Acordos específicos dos bancos públicos

Banco do Brasil, Caixa e BRB também realizarão negociações dos acordos específicos, após concluídas as da Fenaban. 

Da Redação com Contraf-CUT