Banco Central garante que irá avaliar o processo de venda do HSBC

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As questões relativas à venda do HSBC foram tema da reunião entre o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e os representantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC nesta quarta-feira (1º), em Brasília.

Diante do pedido para minimizar o impacto social e econômico com a venda dos ativos do banco, Tombini afirmou que o Bacen está alinhado com as preocupações apresentadas na reunião. “Tomaremos as medidas que forem necessárias, dentro da competência legal do Bacen, restritas à Lei 4595/64, para assegurar a estabilidade sistêmica do sistema financeiro no país. O banco operava de forma regular, com importante oferta de serviço financeiro no país e, de uma hora para outra, quer sair do país”, ressaltou.

“É reconfortante saber que a diretoria do Bacen está alinhada com a nossa preocupação. Fico feliz em receber esta boa notícia”, destacou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), interlocutora da reunião com o Bacen.

Tombini lembrou, ainda, que o negócio ideal será aquele no qual um comprador provoque menor redundância possível no mercado. “Esse é um fator importante para definir as condições de ofertas. Entendemos que quanto menor for a sobreposição melhor será o negócio”.

Nesse sentido, a vice-prefeita e secretária do Trabalho e Emprego de Curitiba, Mirian Gonçalves, enfatizou sua preocupação caso o HSBC seja vendido a um grande banco nacional (Bradesco, Itaú ou Santander). Como esses bancos já possuem centros administrativos e um grande número de agências, segundo Mirian, eles não terão interesse em acumular outras unidades, o que resultará em demissões.

Para o diretor do Sindicato e integrante da COE Paulo Frazão, é preciso continuar com as pressões junto ao HSBC com o objetivo de exigir transparência no processo. “Estamos preocupados com a situação das mais de 21 mil famílias que serão atingidas caso esses bancários sejam demitidos. A venda do banco atingirá trabalhadores em muitos outros estados. O HSBC conta com 853 agências distribuídas por todo o país” assinalou.

Propostas na segunda-feira (6)

Conforme informações divulgadas no Valor Econômico desta quarta-feira (1º), os bancos que disputam a compra do HSBC entregarão suas propostas formais ao Goldman Sachs, que assessora a transação financeira, nesta segunda-feira (6). Depois dessa etapa, será dado ao autor da melhor oferta um prazo para negociação.

“Com a definição do nome do comprador, o nosso próximo passo será pressionar o HSBC para que não haja redução na estrutura administrativa, principalmente, em Curitiba, onde o Bradesco e o Santander já atuam”, frisou Eduardo Araújo, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília.

Também participaram da reunião o deputado federal João Arruda (PMDB-PR) e os membros da COE: Cristiane Zacarias (coordenadora nacional), Sergio Siqueira (Contraf-CUT), Junior Cesar Dias (Fetec-PR), Elias Jordão (Sindicato dos Bancários de Curitiba e região) e Renata Soeiro (Fetraf-RJ/ES).

Rosane Alves
Do Seeb Brasília