O Sindicato e os bancários farão um ato por melhores condições de trabalho e salário, em frente ao Matriz I da Caixa às 12h desta segunda-feira (17). Todos se vestirão de preto em protesto contra o desrespeito aos seus direitos e pressionarão para o atendimento de reivindicações da campanha salarial de 2009.
Logo depois, às 13h, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) vai entregar a pauta de reivindicações específicas à direção da empresa. Os funcionários querem, entre outras coisas, a implantação de um PCC digno, jornada de 6 horas para todos, processo seletivo interno (PSI) com critérios claros, cumprimento de acordo para não desconto de horas paradas em 2008 e mais contratações. "Vamos fazer o ato para demonstrar todo o nosso descontentamento e exigir uma resposta com urgência do banco para nossas reivindicações”, afirma Adilson Souza, diretor do coletivo da Caixa.
Falta de funcionários, sobrecarga de trabalho, desconto indevido dos dias parados, PSI obscuro e com critérios duvidosos e descumprimento de prazo para apresentação de proposta de Plano de Cargos Comissionados (PCC). Essa é a situação presente na Caixa, que deixa um clima de desmotivação e de revolta entre empregados.
Com tantos problemas a Caixa, ironicamente, ainda quer saber como está o clima organizacional no banco. Os funcionários devem responder um questionário com informações sobre relacionamento com a chefia, remuneração e condições de trabalho em geral.
Por conta do descaso e desrespeito, a mobilização dos funcionários só tem crescido. A Caixa é o único banco que descumpre o acordo coletivo ajustado na Campanha Nacional de 2008, entre os sindicatos e a Fenaban, e quer descontar dias parados. No último dia 12 de agosto, comunicou, por meio da CE 029, que irá descontar no salário de agosto os dias parados não compensados da greve do ano passado.
O banco está se antecipando, sem que haja uma decisão final da Justiça sobre essa questão. O Sindicato conseguiu manter suspenso o desconto até o dia 31 dse julho, quando o Tribunal Regional do Trabalho do DF derrubou a liminar que favorecia os bancários. O Sindicato já recorreu contra essa decisão do TRT e está adotando outras medidas enérgicas também contra a pressa da Caixa em fazer o desconto.
Indignação com o descaso
As longas filas e o mau atendimento com os clientes da Caixa são reflexos da difícil situação que os bancários se encontram. Eles trabalham sobrecarregados pela falta de funcionários, sendo que os aprovados do concurso de 2007 estão na espera para convocação.
O trabalho estressante dos funcionários causa problemas a saúde física e psíquica dos bancários. Muitos desenvolvem enfermidades pelo excesso de trabalho e desencadeiam doenças.
A convivência familiar e com os colegas de trabalho fica prejudicada. "Em muitas agências bancárias que o Sindicato visitou, funcionários trabalham até 10 horas diárias e chegam a sair do banco às 22h", ressalta Wandeir Severo, diretor da Caixa. Contra mais esse abuso dos bancos, o Sindicato vai levar um dossiê para a Superintendência Regional do Trabalho no próximo dia 19 de agosto. No documento estão registradas 2,8 mil assinaturas da população por mais funcionários na Caixa.
O Sindicato também não aceita a “seleção para gênios” do cargo de analista júnior do banco. O Processo Seletivo Interno (PSI) exige que os candidatos façam a prova com 40 questões em 80 minutos: dois minutos para cada questão. Para aprovação, devem acertar, no mínimo, 70% das questões nesse tempo. O pior é que precisam realizar a prova pela intranet dentro do horário de trabalho, sem fiscalização sobre possível consulta ou ajuda de terceiros.
