Bancários e Caixa discutem pendências do PFG, PCS e PSI na mesa permanente

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A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), assessorada pela Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa) se reuniram nesta quarta-feira (18) com representantes da Caixa Econômica Federal na segunda rodada de negociação da mesa permanente em 2011. Foram discutidos o Plano de Cargos e Salários (PCS), Processo Seletivo Interno (PSI), pendências do Plano de Funções Gratificadas (PFG), as escalas de trabalho nas áreas de tecnologia da informação e call center e das loterias, além de problemas encontrados no Saúde Caixa e nas áreas de compensação.

Em relação ao PCS, os representantes dos bancários defenderam que os novos critérios de avaliação sejam definidos ainda neste semestre, de modo que os empregados saibam com antecedência os itens pelos quais estão sendo avaliados. Foi cobrada da empresa a realização imediata de ajustes nesse processo, para que o conjunto dos empregados passe a ser contemplado.

Quanto ao processo de avaliação de 2011 com base no exercício de 2010, a Caixa informou que os transtornos dessa vez foram menores. O processo teve início em janeiro deste ano. Há o entendimento de que o critério de linha de corte como metodologia de avaliação, adotado por pressão e proposta das entidades representativas dos empregados, foi um grande facilitador para o aumento no número de trabalhadores promovidos. Dos 94% dos empregados promovidos com base na nova metodologia, 85,1% receberam um delta, enquanto 9,5% dos trabalhadores aptos às promoções tiveram direito a dois deltas. Houve reclamações de erros nos critérios objetivos (PCMSO e trilhas). A Caixa verificou e fez a correção do índice, que subiu para 11,5%, segundo a empresa. Os representantes da Caixa informaram que se algum empregado ainda se sentir prejudicado deve procurar a SIOUV.

Ainda no tocante ao PCS, os representantes da empresa informaram que a efetivação dos empregados cedidos ou liberados deverá ser contemplada na folha de pagamento deste mês.

A Comissão Executiva propôs uma nova reunião para discutir o tema e definir os critérios para 2011, com a participação da CEE. O encontro será no dia 9 de junho.

Sobre o PFG, os empregados voltaram a apontar que as discriminações aos trabalhadores que permaneceram no REG/Replan não saldado da Funcef continuam em todo o país. Eles também cobraram uma definição para o Plano Estratégico de Atendimento (Peate) e apontaram que, além da falta de pessoal, há distorções de toda ordem na gestão das agências e gargalos provocados pela unificação das Ret/PVs.

A CEE também expressou a preocupação com o Processo Seletivo Interno (PSI), defendendo a adoção de critérios claros e objetivos para os empregados ascenderem na carreira sem discriminações. Foram apresentadas denúncias de que os editais são feitos para beneficiar pessoas já determinadas, além de sofrerem alterações sem aviso prévio. “Prova disso é que em 2010 alguns foram cancelados”, argumento o coordenador da CEE/Caixa, Jair Ferreira. A Caixa confirmou a existência de casos de direcionamento e garantiu que já houve a reversão de transferências depois que ficou comprovada a prática.

Em relação às funções, o prazo de dois anos também foi questionado pela CEE. Segundo a Comissão, isso coloca a credibilidade da seleção em xeque. A Caixa disse que solicitou a todas as vice-presidências e já está recebendo sugestões dos empregados para que sejam feitas mudanças que satisfaçam a todos. A próxima reunião para discutir o assunto foi marcada para o dia 10 de junho.

A CEE também cobrou um posicionamento da empresa sobre desvios de função, falta de condições de trabalho e jornada de trabalho excessiva. Segundo a Comissão, existem situações em que empregados sem formação apropriada assumem funções de caixa, porque esses deixam a bateria para ir para o atendimento. “Já tem bateria de caixa precária e ainda tiram uma pessoa de lá. Isso não é o certo porque traz a ‘solução’ para um lado, mas gera problema para outro”, disse Jair. A superintendente da Surse (Superintendência Nacional de Responsabilidade Social, Empresarial e Relacionamento com o Empregado), Ana Telma Sobreira do Monte, disse que a orientação é que os funcionários se recusem a realizar trabalhos para o qual não estejam preparados.

Sobre a seção de compensação, que está em vias de fechamento, a Surse disse que ainda não tem informações concretas e prometeu buscar respostas. A preocupação do movimento sindical é de como vai ficar a situação dos empregados do setor.

A Comissão também denunciou as escalas de trabalho aos domingos das áreas de tecnologia de informação, call Center e das loterias. A Caixa tem realizado processos de escala nessas áreas que não estão previstos no acordo coletivo e sem o pagamento de horas extras. “Na Caixa, o trabalho aos finais de semana tem o mesmo valor do trabalho nos dias úteis. O acordo não deu essa liberdade para o banco”, protestou Jair. O banco não se posicionou sobre o caso e alegou que o assunto está sendo discutido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com o movimento sindical.

Já no Saúde Caixa, as discussões giraram em torno dos problemas na rede credenciada. Segundo o banco, está havendo dificuldades em fechar contrato com credenciados por conta de Lei 8.666, que estabelece os critérios para licitações, mas o departamento jurídico da empresa vai analisar alternativas.  A CEE também cobrou melhorias nos programas de saúde oferecidos atualmente, que apresentam dificuldades na área de pediatria. O banco prometeu soluções para os casos e informou que os bancários que não conseguiam agregar dependentes maiores deficientes e incapazes já estão regularizados.

A próxima rodada da mesa de negociação permanente ficou marcada para o dia 28 de junho.

 

Pricilla Beine
Do Seeb Brasília, com informações da Fenae