Bancários do Santander garantem conquistas, mas PLR segue sem avanços

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Gerardo Lazzari/Seeb-SP

A diretora do Sindicato Rosane Alaby (em segundo plano, à direita), durante a rodada de negociação

Os bancários do Santander conquistaram nesta terça-feira 12, durante reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), em São Paulo, importantes avanços já garantidos pelos bancários do Real, como o reembolso da academia, a Fundação e a cobertura total para tratamentos preventivos. Mas a direção do banco espanhol segue intransigente, sem proposta com relação ao pagamento de um adicional referente à PLR de 2008.

A diretora do Sindicato e funcionária do Real, Rosane Alaby, que participou do encontro, o qual reuniu representantes dos bancários de todo o país e foi o primeiro que contou com a presença dos dirigentes sindicais originários do Real, explica que a reivindicação é por melhorias na regra de distribuição dos lucros. Ela cita um exemplo: “No último dia 30, o banco aprovou a remuneração anual de R$ 223 milhões para apenas 26 diretores e executivos”, explicou Alaby.

Segundo ela, não houve redução de dividendos para acionistas, nem de bônus para executivos e superintendentes, enquanto aos bancários fica reservado apenas o pagamento da regra básica. “É uma situação insustentável. Os trabalhadores não podem pagar pela misteriosa redução do lucro do banco, enquanto executivos e afins devoram a maior parte do bolo”, acrescentou a diretora do Sindicato.

Conquistas

Entre as principais conquistas garantidas pelos bancários do Santander está o reembolso de até 50% no valor da mensalidade da academia de ginástica, com teto de R$ 60 por mês para os trabalhadores dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal. Para as outras unidades da Federação, o valor do teto será de R$ 50. A conquista está mantida no Real, assim como o acesso aos recursos da Fundação em casos de gastos emergenciais com, por exemplo, medicamentos ou tratamentos de saúde. O reembolso nesse caso é de 90% do total para aqueles que ganham até dez salários mínimos mensais ou até 30 salários mínimos por ano. 

No plano de saúde, foi estendido para o Santander o direito de inclusão de parceiro de mesmo sexo e todos terão direito a tratamentos preventivos e exames complementares para doenças crônicas sem precisar pagar co-participação.

Houve avanços também referentes à previdência complementar. Os representantes dos bancários garantiram na reunião a inclusão para todos os funcionários no grupo da previdência complementar, com o banco garantindo o pagamento igual ao depositado pelo funcionário, que deve ser entre 2% e 9% do salário. Finalmente, os sindicalistas entregaram reivindicação para que seja emitida a declaração de rendimentos de todos os bancários que venderam férias nos últimos cinco anos.

Os pontos da pauta que não foram discutidos na reunião serão tratados no próxima encontro do CRT, que deve acontecer na semana que vem.