Bancários do Itaú Unibanco retomam protestos contra demissões imotivadas

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Mesmo com o lucro recorde de R$ 14,6 bilhões registrado em 2011, o Itaú Unibanco continua demitindo trabalhadores em todo o país. No total, mais de 5 mil bancários foram dispensados pela instituição financeira entre 2011 e 2012. Em repúdio à postura do banco de precarização das condições de trabalho, o Sindicato organizou novos atos em protesto contra os desligamentos imotivados. Nesta sexta-feira (9), as manifestações ocorreram nas regiões administrativas de Planaltina, Sobradinho, Paranoá e Lago Norte, e no Setor Bancário Norte.

Com placas, panfletos e faixas de protestos, diretores do Sindicato entraram nas agências bancárias para denunciar aos clientes e usuários que o Itaú sobrecarrega seus funcionários e cobra altas tarifas e juros aos clientes e usuários.

 

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“Os bancários que ficam nas agências sofrem pelos trabalhadores demitidos porque ficam sobrecarregados. Além disso, com o aumento das filas, ocasionado pelo déficit de funcionários, também piora o atendimento aos clientes e usuários”, frisa a secretária de Assuntos com a Comunidade do Sindicato, Louraci Morais, que também é bancária do Itaú Unibanco. “A população também pode e deve denunciar aos órgãos competentes as longas filas e as tarifas cobradas pelo Itaú Unibanco”, completa Washington Henrique, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú.

Os atos estão ocorrendo simultaneamente em várias cidades brasileiras com o apoio dos sindicatos para pressionar o Itaú Unibanco a reverter as demissões. Só em Brasília, entre janeiro e março de 2012, já foram contabilizados 30 desligamentos.

Criatividade como instrumento de protesto

Organizadas pelo Sindicato, as atividades utilizam a criatividade como instrumento de protesto. O Sindicato encenará a versão dos bancários para a última propaganda da Itaú, que mostra um bebê dando gargalhadas diante de uma folha de extrato sendo rasgada. Na paródia dos trabalhadores, o “bebê” chora ao saber das demissões e das altas taxas cobradas dos clientes pelos serviços bancários.

 

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“Estamos protestando e buscando uma solução pela via negocial, porém, até agora o banco não se responsabilizou pelas demissões e não demonstra uma postura de responsabilidade social quando demite pais e mães de família que, em muitos casos, trabalham na instituição há mais de 20 anos”, observa o diretor do Sindicato Sandro Oliveira, que também é funcionário do Itaú Unibanco.

Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília