Bancários aprovam reivindicações para a Campanha 2015

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Representando os bancários de todo o país, os 635 delegados e delegadas presentes à 17ª Conferência Nacional aprovaram neste domingo (2), em São Paulo, a pauta geral de reivindicações da categoria que será negociada com a Federação Nacional dos Bancos, a Fenaban, para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

As reivindicações estão distribuídas em grandes eixos – saúde, segurança e condições de trabalho, remuneração e emprego. Também foi aprovada a manutenção da estratégia de campanha nacional dos bancários.

“Sabemos que os bancos não estão enfrentando crise alguma, mas, mesmo assim, os bancários precisarão estar mobilizados para quebrar a intransigência patronal”, ressalta o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que participou da Conferência.

Emprego

A reivindicação que trata da garantia de emprego para todos os trabalhadores, além da ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que coíbe demissões imotivadas, está entre as prioridades.

Os bancários também reivindicam a redução da jornada para 5 horas diárias e 25 semanais, com intervalo de 15 minutos para descanso, e a ampliação do horário de atendimento condicionada à criação de dois turnos de trabalho, com mais contratações. Além disso, defendem que cada agência bancária tenha no mínimo 15 funcionários, e querem a proibição de funcionamento de agências, inclusive das agências de negócios, aos sábados, domingos e feriados.

Saúde e condições de trabalho

O combate ao assédio moral e o fim das metas abusivas também estão entre as principais deliberações. Os delegados aprovaram uma nova redação para o artigo 81º da pauta, que trata de reabilitação profissional, em razão de os bancos estarem implantando programas de readaptação que não levam em conta as demandas do trabalhador. Os bancários querem ainda a extensão integral de benefícios para funcionários afastados por problemas de saúde, ampliação da licença maternidade para pais de crianças adotadas, independente da idade, além da redução de jornada para mães que amamentam por um período maior, de 12 meses.

Remuneração

Os bancários vão à luta por valorização do piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 3.299,66), índice de reajuste de 16% (inflação do período mais 5,7% de aumento real) e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 7.196,84 de parcela fixa adicional.

Mais segurança

Sobre segurança, as reivindicações são o fim da revista de funcionários, que ainda é praticada em muitas agências pelo país. Outro ponto é a extinção das tarifas bancárias para transferências de dinheiro, as chamadas DOCs e TEDS, para combater o crime de “saidinha”, já que muitas vítimas sacam grandes quantias em espécie para evitar as tarifas. Há ainda pontos como garantir a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários. A abertura e o fechamento remoto das agências é outra reivindicação, assim como a instalação dos biombos nos caixas e melhor atendimento aos bancários e demais vítimas de assaltos.

Pauta política

A Conferência também aprovou a luta pela reforma política, fim do financiamento privado (pelo financiamento público de campanha), reforma tributária, democratização da mídia, defesa da Petrobras (não à quebra do sistema de partilha), defesa de democracia e dos direitos, redução da taxa de juros com crescimento e desenvolvimento econômico, auditoria da dívida pública e contra a criminalização dos movimentos sociais.

Foram muitos debates, que tiveram como base as prioridades apontadas pelos bancários nas consultas feitas pelos sindicatos em todo o Brasil. A pauta será entregue pelo Comando Nacional aos bancos para o início das negociações no dia 11 de agosto. A data-base da categoria é 1º de setembro.

Clique aqui para baixar a minuta de reivindicações

Renato Alves
Do Seeb Brasília