Bancários aprovam reivindicações e negociações começam na terça (11)

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Representando todo o país, os 635 delegados e delegadas à 17ª Conferência Nacional, entre os quais bancários de Brasília (fotos), aprovaram no domingo (2), em São Paulo, a pauta geral de reivindicações da categoria que será negociada com a Fenaban para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho.

As reivindicações estão distribuídas em grandes eixos – saúde, segurança e condições de trabalho, remuneração e emprego. Também foi aprovada a manutenção da estratégia de campanha nacional dos bancários.

Foram muitos debates, que tiveram como base as prioridades apontadas pelos bancários nas consultas feitas pelos sindicatos em todo o Brasil. A pauta será entregue pelo Comando Nacional aos bancos para o início das negociações na terça (11).

“Sabemos que os bancos não estão enfrentando crise alguma, mas, mesmo assim, os bancários precisarão estar mobilizados para quebrar a intransigência patronal”, ressalta o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que participou da Conferência.

A reivindicação que trata da garantia de emprego para todos os trabalhadores, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe demissões imotivadas, está entre as prioridades. Os bancários também reivindicam a redução da jornada para 5 horas diárias e 25 semanais, com intervalo de 15 minutos para descanso, e a ampliação do horário de atendimento condicionada à criação de dois turnos de trabalho, com mais contratações.

O combate ao assédio moral e o fim das metas abusivas também estão entre as principais deliberações. Os delegados aprovaram uma nova redação para o artigo 81º da pauta, que trata de reabilitação profissional, em razão de os bancos estarem implantando programas de readaptação que não levam em conta as demandas do trabalhador. Os bancários querem ainda a extensão integral de benefícios para funcionários afastados por problemas de saúde.

Os bancários vão à luta por valorização do piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 3.299,66), índice de reajuste de 16% (inflação do período mais 5,7% de aumento real) e PLR de três salários mais R$ 7.196,84 de parcela fixa adicional.

Sobre segurança, as reivindicações são o fim da revista de funcionários, que ainda é praticada em muitas agências pelo país, a extinção das tarifas bancárias para transferências de dinheiro, as chamadas DOCs e TEDS, para combater o crime de “saidinha”, já que muitas vítimas sacam grandes quantias em espécie para evitar as tarifas.

A Conferência também aprovou a luta pela reforma política, fim do financiamento privado, reforma tributária, democratização da mídia, defesa da Petrobras (não à quebra do sistema de partilha), defesa de democracia e dos direitos, redução da taxa de juros com crescimento e desenvolvimento econômico, auditoria da dívida pública e contra a criminalização dos movimentos sociais.

Da Redação