Balanço 2018: Adiamento da publicação preocupa bancários do BRB

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Os funcionários do BRB foram surpreendidos com um comunicado do banco ao mercado, adiando a publicação de suas demonstrações financeiras que ocorreriam no dia 28 deste mês para uma data indefinida, assegurando que a mesma será informada com antecedência mínima de 15 dias. Contudo, o corpo funcional receia que essa medida possa atingi-los.

Os bancários têm sua preocupação principal nas ações de fortalecimento do BRB, atendimento de qualidade à população, impulsionamento da economia e perenidade do banco como público. No entanto, a cada semestre os funcionários fazem verdadeiras forças-tarefas para conseguirem atingir as metas impostas pela direção do banco, com vistas a receberem a PLR, contratada em acordo coletivo.

O Sindicato entende que os bancários trabalharam e cumpriram o que estava dentro de suas possiblidades, em sua alçada. Dessa forma, eles não podem responder ou serem penalizados, ainda mais, com o risco de comprometimento da PLR.

“O direito dos funcionários deve ser assegurado. Para o Sindicato, a imputação da responsabilidade e a reparação de eventual prejuízo deve ser de que o causou”, enfatiza a diretora do Sindicato e bancária do BRB, Samantha Sousa. Ela lembra que os trabalhadores do Banco de Brasília têm a motivada preocupação, por já terem visto casos semelhantes, de serem penalizados financeiramente.

Reflexos de uma gestão

Daniel de Oliveira, diretor do Sindicato e funcionário do BRB, observa que, diferentemente do que acontece em empresas privadas, os reflexos de uma gestão que incorra em erro ou que traga prejuízos, impactam toda uma coletividade. “As empresas públicas têm como seu verdadeiro dono o conjunto da população. Assim, o zelo pela coisa pública deve ser ainda maior do que quando se trata de uma propriedade particular que, em tese, diz respeito apenas aquele proprietário”, avalia.

E acrescenta: “No caso do Banco de Brasília, o que se vê, pelos motivos apresentados em seu comunicado, o adiamento na publicação de seus balanços se dá devido à implementação de um programa de governança, mas principalmente como desdobramento das questões investigadas na operação Circus Maximus no BRB”.

Esta operação se baseia nas delações premiadas de executivos da Odebrecht, do corretor Lúcio Bolonha Funaro, operador de propinas para o MDB, e do empresário Ricardo Siqueira Rodrigues. Este último montou, em sociedade com Paulo Renato, o Fundo de Investimento em Participações (FIP) LSH para captar dinheiro para o hotel.

O esquema teria começado em 2012. A partir de 2015, teria sido reestruturado pelo então chefe do Conselho de Administração do BRB, Ricardo Leal, que havia sido tesoureiro da campanha do recém-eleito governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e que nomeou parte dos dirigentes do BRB envolvidos na investigação.

Imagem afetada

“Por algumas poucas pessoas não tratarem a coisa pública como tal, hoje os funcionários do BRB veem a empresa pela qual trabalham e se dedicam ter um grande ativo seu afetado: sua imagem. Além de os funcionários terem de lidar com as dificuldades diárias impostas pelo que é trabalhar no sistema financeiro, a eles foi adicionado o trabalho de provar que o BRB é um grande banco, essencial para Brasília e com um corpo funcional competente”, complementa Ivan Amarante, diretor da Fetec-CUT/CN e bancário do BRB.

Da Redação