As ações contra as demissões no Itaú Unibanco estão crescendo em todo o país. No Distrito Federal, as agências bancárias da instituição financeira são alvo semanalmente das atividades organizadas pelo Sindicato para intensificar a luta em defesa dos trabalhadores. Nesta sexta-feira (16), foram realizados atos nas regiões administrativas de Santa Maria, Gama, Riacho Fundo I e Águas Claras.
“Não aceitamos essas demissões imotivadas de um banco que teve lucro recorde de R$ 14,35 bilhões no ano passado e que, mesmo assim, demitiu quatro mil empregados em todo país. Em Brasília, já foram 30 desligamentos só esse ano”, afirma a diretora do Sindicato Louraci Morais, que é funcionária do Itaú.
As demissões imotivadas geram rotatividade e precarização das condições de trabalho. Os bancos, inclusive o Itaú, demitem funcionários com mais tempo de serviço e com salários maiores para contratar novos empregados pagando o piso dos bancários.
“Pedimos mais contratações e o fim dessas demissões injustificadas de funcionários eficientes que ajudam o banco a bater recordes de lucro e acabam sendo demitidos depois de anos de dedicação”, observa o diretor do Sindicato Washington Henrique, bancário do Itaú.
O diretor do Sindicato Sandro Oliveira, que também é bancário do Itaú, pediu apoio dos clientes e usuários para pressionar o banco a contratar mais funcionários e, assim, proporcionar melhores condições de atendimento.
Irresponsabilidade social
A dona de casa Maria Auxiliadora escutou o apelo dos bancários e prometeu que ficará mais atenta aos seus direitos e ao discurso do Itaú sobre responsabilidade social. “Eu não sabia que pagava todas essas taxas e nem que o Itaú estava demitindo trabalhadores. Vou observar isso com mais atenção e repensar se vale a pena ser cliente do Itaú”, disse.
As manifestações contaram com apresentações do flautista Leandro Barcelos e da encenação dos bancários para a última propaganda da Itaú, que mostra um bebê dando gargalhadas diante de uma folha de extrato sendo rasgada. Na paródia dos trabalhadores, o “bebê” chora ao saber das demissões e das altas taxas cobradas dos clientes pelos serviços bancários.
Negociação adiada
O fim das demissões imotivadas está na pauta das negociações entre o movimento sindical e os representantes do Itaú. O tema seria discutido em reunião que estava prevista para o dia 16 de março. A reunião foi adiada porque um dos negociadores também foi demitido pelo banco.
Ainda não há data para a realização de uma nova negociação. Na pauta, devem ser discutidos assuntos como a Participação Complementar nos Resultados (PCR), auxílio-educação e plano de saúde.
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília