Ato contra descaso da Caixa marca 15º dia de greve

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O Sindicato realizou um ato em frente ao Edifício Matriz I da Caixa, no Setor Bancário Sul, nesta terça-feira (20), para protestar contra o descaso do banco com seus empregados que, em plena greve da categoria, decide patrocinar dois grandes times de futebol, mas não se dispõe a sentar à mesa de negociação para encontrar uma saída para o movimento, que já dura 15 dias.  

“Viemos para a porta desta empresa pública, pela qual temos um grande carinho e fazemos questão de proteger e defender, mostrar a nossa indignação com a  sua direção, que se recusa a negociar com os representantes dos empregados numa greve iniciada no dia 6 de setembro”, destacou Wandeir Severo, secretário de Finanças do Sindicato. 

Wandeir criticou que, enquanto os bancários e bancárias da Caixa constroem neste momento uma das mais numerosas greves da história da categoria, lutando por um reajuste digno e melhores condições de trabalho, o banco vira as costas para os trabalhadores, mas numa jogada de marketing assina contrato de patrocínio com clubes de futebol. 

“Até este momento da greve, os diretores da Caixa ainda não tiveram a dignidade de sentar à mesa de negociação, numa demonstração de desprezo e falta de respeito com os seus empregados e toda a sociedade”, lamentou o dirigente sindical.

Durante o protesto foi lembrado ainda que a Caixa tem diversas pendências a resolver com seus empregados, como o fim da reestruturação, com a devolução das funções retiradas, a volta das funções gratificadas de caixa executivo, do adicional de insalubridade dos avaliadores, além de questões referentes aos processos seletivos internos, entre outros.

O ato contou com a participação de diversos bancários de outros bancos que também estão em greve.    

“Estamos aqui no Matriz I da Caixa para dialogar com todos os trabalhadores que ainda não estão na greve e contra a intransigência do banco em não apresentar nada na negociação. Pelo contrário, apresentou uma proposta que retira direitos”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo. “Além disso, temos um problema nas matrizes da Caixa que é a insegurança dos empregados em relação à manutenção da comissão, já que a empresa não tem uma política de avaliação adequada para descomissionamentos, gerando muito medo”. 

O diretor da Contraf-CUT Enilson da Silva reforçou: “Não estamos criticando a política de incentivo e promoção do esporte da Caixa. Mas viemos pedir que o banco não faça um gol contra. E lembrar ao presidente da empresa, Gilberto Occhi, que, depois de assinado esse acordo com os times de futebol, ele tem outro para assinar com os seus empregados”. 

Concursados 

Os dirigentes sindicais também cobraram a contratação dos concursados e convocou aqueles bancários que ainda não aderiram ao movimento para que o façam agora. “Precisamos renovar as nossas forças e forçar a Caixa a perceber o erro que tem cometido em se recusar a negociar com a categoria”, completou Enilson.   

Silêncio dos banqueiros 

Em 15 dias de greve, o Distrito Federal registrou nesta terça-feira 630 dependências bancárias fechadas. No Brasil, 13.096 agências de bancos públicos e privados paralisaram suas atividades. Enquanto isso, não há nova rodada de negociação marcada com Fenaban (Federação Nacional dos Bancários), representante dos banqueiros.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília