Assembleia nesta quinta (25), às 19h, para aprovar indicativo de greve

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Os bancários de Brasília fazem nesta quinta-feira (25), às 19h, na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul (SBS), assembleia geral para rejeitar a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste de 7% no salário (0,61% de aumento real), na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e nos auxílios refeição, alimentação e creche, além de 7,5% no piso (1,08% acima da inflação).

Durante reunião realizada na quarta-feira (17), em São Paulo, na sexta rodada de negociações da Campanha 2014, a Fenaban apresentou as propostas sobre as reivindicações não econômicas.

Confira, abaixo, as propostas dos bancos sobre as reivindicações não econômicas:

Certificação CPA 10 e CPA 20
— Quando exigido pelos bancos, os trabalhadores terão reembolso do custo da prova em caso de aprovação.

Adiantamento de 13º salário para os afastados.
Quando o bancário estiver recebendo complementação salarial, terá também direito ao adiantamento do 13º salário, a exemplo dos demais empregados.

Reabilitação profissional

— Cada banco fará a discussão sobre o programa de retorno ao trabalho com o movimento sindical.

Monitoramento de resultados

— Terá redação mais abrangente. Além do SMS, a cobrança de resultados passará a ser proibida também por qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital.

Gestantes

— As bancárias demitidas que comprovarem estar grávidas no período do aviso prévio serão readmitidas automaticamente.

Casais homoafetivos

— Os bancos irão divulgar a cláusula de extensão dos direitos aos casais homoafetivos, informando que a opção deve ser feita diretamente com a área de RH de cada banco, e não mais com o gestor imediato, para evitar constrangimentos e discriminações.

Novas tecnologias

— Realização de seminários periódicos para discutir sobre tendências de novas tecnologias.

Segurança bancária

— Realização de mais dois projetos-piloto de segurança em cidades diferentes, uma a ser escolhida pelo Comando Nacional e outra pela Fenaban, nos mesmos moldes da experiência desenvolvida em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

Na avaliação do Comando Nacional dos Bancários, as propostas são insuficientes.

“As propostas apresentadas pela Fenaban não atendem os anseios da categoria bancária, que quer mais empregos, mais saúde, mais segurança e menos metas abusivas, menos demissões e menos assédio”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que integra o Comando Nacional dos Bancários e representa os trabalhadores de Brasília nas negociações com a Fenaban.

Foram meses de negociações nas mesas temáticas (saúde e segurança, por exemplo) e mais de 30 dias discutindo a minuta com a Fenaban, sem avanços. Entre as principais reivindicações, os bancários querem aumento real, mais empregos, fim das demissões imotivadas, do assédio moral e das metas abusivas e fim da terceirização ilimitada de serviços.

Greve legítima

Para uma greve ser legítima, o Sindicato precisa cumprir uma série de preceitos legais – previstos na Lei 7.783/89 (também conhecida como lei de greve). A assembleia que será realizada nesta quinta (25) atende o prazo mínimo de 72 horas de antecedência que garantem a sustentação jurídica para qualquer ato em que os trabalhadores interrompam suas atividades.

A greve é de todos

A greve é para todos os bancários, de bancos públicos e privados. No caso do BB e da Caixa – que estão ‘enrolando’ os trabalhadores nas negociações específicas –, a paralisação vai pressionar as instituições financeiras a apresentarem, de fato, propostas concretas para a categoria.

Em relação ao BRB, o Sindicato e o banco participam da primeira negociação nesta segunda (22). Desde 2007, os bancários, devidamente representados por um comando nacional, negociam com a Fenaban na chamada mesa única. As negociações com o sindicato dos bancos não eliminam as rodadas específicas com Banco do Brasil, Caixa e BRB.

Assim, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) – acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos das categorias econômicas e profi­ssionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho –, vem garantindo avanços para todos os bancários, tanto dos bancos públicos quanto dos privados.

Da Redação