Artistas se unem para dizer não à violência contra a mulher

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Música e poemas da melhor qualidade em protesto contra o feminicídio e em defesa da vida. Com este mote, o ‘Sarau Não ao Feminicídio – Basta de Violência’ lotou o Teatro dos Bancários, nesta quinta-feira (13), num gesto político e artístico para denunciar as violências físicas e simbólicas sofridas pelas mulheres.

Com o apoio do Sindicato, o evento promovido pelo coletivo de poetas Celeiro Literário Brasiliense e o Brasas Caminhos Literários e Musicais entre Brasília e Salvador, reuniu 20 poetas e diversos músicos da capital federal, que apresentaram seus versos e canções numa demonstração de solidariedade e compaixão pelas vítimas da violência. “Estamos unindo nossas vozes num grito, por meio da arte, de basta de feminicídio”, pontuou Rosa Machado, uma das organizadoras do Sarau.

“Este evento é para celebrar a vida, para homenagear a mulher e, especialmente, para dizer não ao feminicídio, esse desfecho trágico da violência extremada a que as mulheres são submetidas diariamente, seja dentro de casa, na rua ou no trabalho”, ressaltou a secretária da Mulher do Sindicato, Maria José Furtado (Zezé).

Zezé destacou a importância da iniciativa do Sarau e colocou o Teatro dos Bancários à disposição para demais eventos desta natureza, “que tenham cunho social”. Ela esclareceu que, paralelamente ao Sarau, o Sindicato estava lançando uma campanha permanente para arrecadar itens de higiene pessoal feminino “para acolher aquelas mulheres que sofrem violência e são encaminhadas para instituições sociais, por necessidade de ficarem afastadas de casa”.

Poetas e músicos

Subiram ao palco para manifestar seu repúdio aos atos de violência os poetas Nilva Souza, Cristina Roberto, Seirabeira, Ana Rossi, Custódia Wolney, Luciana Barreto, Angélica Torres, Paulo Lima, Mauro Rocha, Márcia Amaral, Ismar Lemes, Flora Benittez, Pietro Costa, Nara Fontes, Juliana Bram, Vicente Sá, Malu Verdi, Roberto Medina, Luh Veiga e Maria Maia.

Os músicos que abrilhantam o evento foram Martinha do Coco, Dora Cabanilha, Marina Andrade, grupo de choro Regional Marangone – Rodrigo Pereira (violão), Cristina Porto (fagote), Fernando Borgatto (bandolim), Sidnei Maia (flauta), Henrique Borgatto (cavaquinho) e Davi Muniz (pandeiro) –, além do quarteto formado por Beatriz Schimidt (flauta transversal), Eduardo Rangel (voz), Liliana Gayoso (violino) e Genil Castro (guitarra).

Exposição de poemas

Os participantes também puderam apreciar uma exposição, no foyer do Teatro, com 50 poemas que abordam o feminicídio, esse crime hediondo de ódio praticado contra a mulher, uma triste realidade cada vez mais crescente, que coloca o Brasil em 5º lugar no ranking dos países em que mais se matam mulheres – 4.762 vítimas para cada 100 mil, o equivalente a cerca de 13 mortes por dia.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília