O Bank of China (BOC) comprou, no dia 31 de janeiro, as operações do China Construction Bank (CCB) no Brasil, que deixará de existir como marca no país. Após o processo de transição, toda a operação de carteira das duas instituições financeiras ficará com o BOC Brasil.
Diante dessa fusão, o movimento sindical aguarda uma negociação com o Bank of China, para a definição de uma pauta e para saber qual o futuro dos funcionários do banco, incluindo a questão da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e da PPR (Programa de Participação nos Resultados) do CCB, além de melhorias salariais.
“Há 14 anos, os funcionários do CCB amargam a falta de PLR, no máximo recebem um pífio abono, enquanto o alto escalão recebe bonificações e premiações que ultrapassam R$ 100 mil para cada um. Ou seja, trata-se de uma grande injustiça, ainda mais considerando que o banco não tem registrado lucratividade, ao contrário do BOC”, pontua Matuzalém Albuquerque, diretor da Contraf-CUT.
E acrescenta: “É inadmissível que o pessoal de meio e de ponta, que ajuda a contribuir com resultado do banco, não participe efetivamente desse resultado”.
Tradição centenária
Os dois bancos têm como acionista majoritário o governo chinês. O BOC é um banco chinês com mais de 112 anos de tradição, sendo o mais globalizado e integrado, dentre os bancos daquele país. Possui mais de US$ 4,4 trilhões de ativos e, aproximadamente, US$ 356 bilhões de capital principal.
No Brasil, o BOC está presente desde 2009. O banco opera transações de comércio exterior entre os dois países, além de conceder crédito a empresa chinesas que visam se estabelecer por aqui.
Em 2019, o BOC foi considerado o Melhor Banco nos Mercados Emergentes pela renomada revista Euromoney e o Melhor Banco para Operações de Comércio Exterior pela revista Asiamoney. O BOC Brasil também foi considerado como terceiro melhor banco de atacado em 2021 pelo “ranking do Finanças Mais” do Jornal O Estado de São Paulo.
“A aquisição do CCB Brasil reforça o compromisso do BOC em tornar sua presença no mercado financeiro brasileiro ainda mais qualitativa e relevante, otimizando-se sua atuação estratégica, comercial, financeira e de governança corporativa, o que agregará aos nossos clientes uma maior expertise e networking internacionais nos negócios, além de recursos tecnológicos mais avançados”, destaca o comunicado do Bank of China.
Da Redação
