Após 8 dias de greve, bancários arrancam 7,5% de reajuste. Assembleia dos privados hoje, às 18h, em frente ao Sede II do BB

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Intimidada pela força da greve nacional da categoria, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou ao Comando Nacional dos Bancários na tarde desta terça-feira (25), oitavo dia da paralisação, nova proposta econômica, que eleva para 7,5% o índice de reajuste dos trabalhadores; para 8,5% o aumento do piso salarial e dos auxílios-refeição e alimentação; e para 10% a parcela fixa da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), assim como dos tetos da regra básica e do adicional.

Para deliberar sobre a nova proposta da Fenaban, o Sindicato convoca todos os bancários e bancárias dos bancos privados do Distrito Federal e da região do Entorno para assembleia hoje, às 18h, em frente ao Edifício Sede II do Banco do Brasil. Não deixe que os outros decidam por você, compareça à assembleia para fazer valer seu direito de voz e voto. 

O Comando Nacional, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), orienta a aceitação da proposta pelos 137 sindicatos representados pela entidade em todo o país.

“A proposta contém avanços importantes, como aumento real de 2% pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), ganho real de 2,95% no piso, além de reajuste de 10% na parcela fixa da PLR. Apesar de não ser a proposta dos nossos sonhos, ela contempla boa parte das reivindicações dos trabalhadores”, analisa a secretária de Imprensa do Sindicato, Rosane Alaby, que também é bancária do Santander.

Após rejeitaram a proposta de reajuste de 6% da Fenaban apresentada em 28 de agosto, os bancários deflagraram a greve nacional no dia 18 de setembro.

Greve forte

No oitavo dia da greve em Brasília, nesta terça, a categoria se manteve forte e mobilizada. A participação dos trabalhadores aumentou, atingindo mais de 96% de adesão, exceto entre os bancários do BRB, que encerraram a paralisação na sexta-feira (21) após aprovação de proposta específica.

“Os bancários e bancárias de Brasília estão de parabéns pela greve forte em todas as unidades. A força da nossa mobilização arrancou uma proposta com aumento real e avanços importantes”, observa o presidente do Sindicato e da Central Única dos Trabalhadores de Brasília (CUT Brasília), Rodrigo Britto.

Na região do Entorno do Distrito Federal, a greve também segue forte. Mais de 46 agências (de um total de 59) ficaram fechadas nesta terça-feira (25), o que representa uma adesão superior a 80% em todo o Entorno. O Itaú é o banco com maior número de agências atingidas, seguido pela Caixa (11), BB (10) e Bradesco (9).

 

A nova proposta da Fenaban

 

De acordo com a nova proposta da Fenaban, as cláusulas econômicas da Convenção Coletiva dos Bancários ficariam assim:

 

  • Reajuste – 7,5% (aumento real de 2,02% pelo INPC).
  • Piso – R$ 1.519 (reajuste de 8,5%, o que significa 2,95% de ganho real).
  • Caixa – R$ 2.056,89 (reajuste de 8,24%, o que representa 2,70% de aumento real).
  • Auxílio-refeição – R$ 472,15 (R$ 21,46 por dia), o que representa reajuste de 8,5%.
  • Cesta-alimentação e 13ª cesta-alimentação – R$ 367,90 (reajuste de 8,5%).
  • PLR – Regra básica: 90% do salário mais R$ 1.540 fixos (reajuste de 10%), com teto de R$ 8.414,34. Caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, os valores serão aumentados para 2,2 salários, com teto de R$ 18.511,54.
  • PLR adicional – 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, com teto de R$ 3.080 (reajuste de 10%).
  • Antecipação da PLR – 54% do salário mais valor fixo de R$ 924,00, com teto de R$ 5.166,01 e parcela adicional de 2% do lucro líquido do primeiro semestre distribuído linearmente, com teto de R$ 1.540,00.
  • A antecipação da PLR será paga até dez dias após a assinatura da Convenção Coletiva e a segunda parcela
    até 1º de março de 2013.

 

Avanços sociais

  • No tema saúde dos trabalhadores, a Fenaban aceitou a reivindicação de que os salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica sejam mantidos pelos bancos até que seja regularizada a situação junto ao INSS. Há inúmeros casos em que o trabalhador recebe a alta programada do INSS, mas acaba sendo considerado inapto no exame de retorno ao trabalho realizado pelos bancos, ficando sem benefício do INSS e sem salário.
  • A Fenaban também assumiu o compromisso com a proposta do Comando de fazer um projeto-piloto para experimentar medidas defendidas pelos bancários e vigilantes para a melhoria da segurança nos bancos, como portas de segurança, biombos entre a fila e os caixas, e divisórias entre os caixas, inclusive os eletrônicos, dentre outras demandas. A Fenaban indicou as cidades de Recife, Olinda e Jaboatão para a realização do projeto-piloto, com participação e acompanhamento dos bancários nas etapas.
  • Os bancos aceitaram ainda a proposta do Comando de realizar um novo censo na categoria para verificar questões como gênero e raça, na perspectiva da igualdade de oportunidades, nos moldes do Mapa da Diversidade, feito em 2008.

 

Não desconto dos dias parados

  • Em relação aos dias de greve, a Fenaban propôs a manutenção da regra de compensação dos dias parados até 15 de dezembro deste ano, nos mesmos moldes da convenção coletiva do ano passado.

 

Da Redação