Aos bancários, clientes e usuários dos serviços bancários

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A categoria bancária está em Campanha Salarial Nacional, e pode vir a deflagrar GREVE.

Até o momento, os bancos, por meio da FENABAN – Federação Nacional dos Bancos, nada propuseram de concreto, após seis rodadas de negociação. Pelo contrário, chegaram ao descalabro de tentar cortar direitos, como vale-transporte, auxílio-creche e garantia de estabilidade para os empregados próximos à aposentadoria.

Também não avançaram nas cláusulas de saúde no trabalho, segurança para os bancários e clientes, igualdade de oportunidades, e fim das metas abusivas, que sobrecarregam os trabalhadores, e muitas vezes impõem procedimentos que ferem o direito do consumidor.

O Setor Financeiro auferiu lucro líquido de R$ 41,5 bilhões em 2007, e R$ 31,5 bilhões só no primeiro semestre de 2008.

Os bancários reivindicam aumento real de 5%, mais reposição da inflação; aumento dos pisos salariais; mais contratações e melhores empregos; melhor qualidade de vida e respeito à jornada legal de 06 horas, entre outros itens.

As metas abusivas impostas pelos banqueiros têm ocasionado alarmante índice de assédio moral e adoecimento na categoria, além de muitas vezes ferir frontalmente o direito do consumidor, com operações, produtos e taxas que não são solicitados de livre vontade.

Não é exagero falar que os bancos em geral, aproveitando de seu poder econômico e sua ganância, induzem a boa fé dos consumidores a arcar com custos escorchantes.

Por isso, também reivindicamos redução dos juros, isenção e disciplinamento das tarifas e taxas cobradas de modo abusivo, ampliação do atendimento ao público das 09h às 17h, fim das filas.

Defendemos que os bancos públicos cumpram o seu papel fundamental de crédito para o desenvolvimento com distribuição de renda, com serviços voltados para os interesses da maioria do povo brasileiro. Os bancos privados devem sofrer regulação mais rígida do Banco Central e do poder público, para cumprir com suas obrigações econômicas e sociais, evitando as distorções da busca do lucro pelo lucro.
Todo o sistema financeiro deve ser submetido a maior controle da sociedade, como reza o princípio constitucional, ainda a ser regulamentado (art. 192, Constituição Federal).

O conjunto das empresas financeiras, que são concessão pública, deve compartilhar com os bancários e com os agentes economicamente produtivos, sejam os trabalhadores assalariados, sejam os empresários, em particular os micro, pequenos e médios empreendedores. Deve também promover o acesso decente aos serviços bancários como um direito de cidadania.

A enorme rentabilidade do setor bancário, auferida, no final das contas, com os recursos de toda a sociedade, não pode ficar concentrada como privilégio de um restrito grupo de acionistas donos do poder financeiro.

Mais uma vez, caso os banqueiros não negociem para valer, a categoria bancária será forçada a usar do Direito de GREVE, como instrumento legítimo de buscar a sua justa parte na imensa produtividade que gera com o seu trabalho diário.

Chamamos os bancários e bancárias a aumentar a mobilização, e pedimos desde já a compreensão e o apoio dos consumidores bancários, lamentando que a cobiça e a intransigência da FENABAN possa vir a causar transtornos no atendimento.

Você sabia que uma maneira de frear o excesso dos bancos, que são muito sensíveis a reclamações formais, é usar do seu direito de consumidor?

Não tenha dúvida: ao se sentir lesado, acione:

1) A Ouvidoria (obrigatória para os bancos desde 2007) da instituição financeira.
2) As entidades de defesa do consumidor, como o Procon fone: 3212-1500 – www.procon.df.gov.br  e o Idec (0xx11-3862-9844)  www.idec.org.br, entre outras.
3) O Banco Central, pelo 0800-9792345, ou no site www.bcb.gov.br
4) A Promotoria de Defesa do Consumidor, que faz parte do Ministério Público, pelo fone: 3343-9550.
5) A Justiça, munido da devida orientação e documentação.

Sindicato dos Bancários de Brasília