Mesmo em um cenário desfavorável, a categoria bancária encerra mais uma Campanha Nacional com direitos garantidos, reajuste de mais de dois dígitos e ganho real. Com o INPC da data base dos bancários fechado em 10,42% somado aos 0,5% de ganho real assegurado pelo acordo bianual assinado no ano passado, a categoria terá um reajuste de 10,97%.
A decisão dos bancários e bancárias em 2020 pelo acordo de dois anos mais uma vez mostrou-se acertada do ponto de vista econômico. O documento assinado pelos Sindicatos e pelos banqueiros no ano passado prevê a reposição da inflação mais aumento real de 0,5%. O processo negocial exaustivo estabelecido no ano passado, em meio à pandemia, também garantiu reflexos em outras verbas como vale-alimentação, vale-refeição e PLR.
Para o presidente do Sindicato e integrante do Comando Nacional dos Bancários, Kleytton Morais, “a estratégia de unidade da categoria mostra-se vitoriosa. Diante de um cenário de terra arrasada, em que ataques aos direitos como redução de salários, supressão de conquistas, ameaças de alteração de jornada foram uma constante a partir das medidas antipopulares e antidemocráticas do Bolsonaro, a convenção e os acordos coletivos construídos pelos Sindicatos e entidades sindicais demonstraram sua importância na proteção de todos os direitos e na conquista do aumento real de salário”.
O dirigente ainda destaca que a negociação coletiva ainda protegeu e atenuou os efeitos do cenário da pandemia que impactou drasticamente a redução de renda dos ocupados, fruto da redução da jornada de trabalho, da aceleração da inflação e do próprio desemprego, entre o último trimestre de 2019 até o segundo trimestre de 2021.
Nesse quadro de completa deterioração do mercado de trabalho, o boletim Salariômetro da Fipe-USP (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo), revela que de janeiro a abril deste ano, 61,6% das negociações salarias coletivas entre patrões e empregados resultaram em reajustes abaixo da inflação.
Apenas (13%) das negociações coletivas resultaram em reajustes acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), enquanto 25,4% dos acordos repuseram a inflação.
Da Redação
