21 de setembro é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

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21 de setembro é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (PCD). Instituída pela Lei nº 11.133/2005, a data tem como objetivo conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. 

Nos bancos, são inúmeros os desafios para a inclusão dos PCDs. “A começar pelo descumprimento da cota de 5% das vagas que devem ser destinadas aos PCDs, conforme a lei 8.213/91”, denuncia a coordenadora do Coletivo dos Bancários com Deficiência e Neurodivergentes do Sindicato, Rafaella Gomes, que também é secretária de Saúde da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

As vagas para PCDs no mercado de trabalho brasileiro, aliás, ainda estão muito abaixo dos percentuais determinados pela lei. Segundo o IBGE, o Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência. Dessa população, apenas 26,6% estão no mercado de trabalho, sendo 55% delas na economia informal. Do total, 19,5% são analfabetas, e entre aquelas que conseguem exercer alguma atividade profissional, a renda média é de R$ 1.860.

“Isso é completamente inaceitável. Essa realidade é um reflexo das barreiras físicas, arquitetônicas, atitudinais e de acesso à educação e capacitação profissional que ainda persistem em nossa sociedade”, argumenta Priscila Reis, líder do Movimento dos Neurodivergentes do Banco do Brasil. 

A bancária afirma que as empresas precisam entender que a inclusão não é apenas importante do ponto de vista ético e social, mas também traz vantagens econômicas. “Pessoas com deficiência são capazes de desenvolver habilidades únicas e inovadoras quando lhe são oferecidas oportunidades de trabalho. Além disso, as empresas que investem em diversidade e inclusão têm melhores resultados financeiros e maior capacidade de atender às necessidades de um mercado cada vez mais diversificado”.

Na Campanha Nacional 2022, a categoria bancária apresentou uma série de reivindicações em defesa dos direitos das PCDs, na mesa de Igualdade de Oportunidades. Nas negociações, os representantes dos bancos se mostraram receptivos e garantiram que a pauta será debatida em mesa temática, com a Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT).

“Sabemos que no ramo financeiro temos muito a fazer, mas já conquistamos alcances incríveis, como, por exemplo, o compromisso do BB de aumentar de 5% para 12,5% o número de vagas destinadas exclusivamente para PCDs para formação de cadastro reserva dos concursos, o certame apenas para pessoas PCDs da Caixa para completar o mínimo legal da cota, além do Itaú, que criou uma iniciativa para contratar profissionais com deficiência em mais de 10 carreiras diferentes”, destaca Priscila Reis.  

‘Desafio é diário’

“Ser deficiente é um desafio diário”, desabafa Larissa Lopes, diretora da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), que tem cegueira em um dos olhos e baixa visão no outro. “Além de desafiador, o nosso caminho é precário. Não há acessibilidade em quase todos os caminhos por que queremos passar, as calçadas, os banheiros, as escolas, o nosso local de trabalho. Infelizmente, não há padrões técnicos e nem tecnológicos para tornar a vida da pessoa com deficiência mais fácil. Meu sonho é que um dia tenhamos as mesmas condições e oportunidades de trilharmos nossos sonhos, de poder estudar, trabalhar, viajar etc. Como dirigente sindical, nosso papel é alertar e lutar por dias melhores, por igualdade, por nossos direitos, por um trabalho, por ascensão na carreira”, acrescentou.

As comemorações do 21 de Setembro ocorrem desde 1982 e foram uma iniciativa do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes (MDPD), grupo que debate propostas de transformações sociais em prol dos portadores de deficiência há mais de 40 anos. 

Da Redação