
Parlamentares empresários, que constituem a grande maioria da Câmara dos Deputados, deram continuidade ao processo de golpe aos direitos dos trabalhadores e aprovaram, na noite desta terça (7), o pedido de urgência urgentíssima do PL 4330. Foi utilizada força e truculência policial contra dirigentes e militantes CUTistas e de movimentos sociais que repudiavam o projeto em frente ao Congresso. Os parlamentares que representam o empresariado prometem prosseguir esse intento nesta quarta-feira (8) de manhã, quando será votado o texto do projeto. A CUT e os movimentos sociais se concentrarão novamente às 9h no Anexo 2 da Câmara para barrar o PL 4330, o famigerado Projeto de Lei da Escravidão, que flexibiliza as relações de trabalho, permite a subcontratação ilimitadamente e precariza o trabalho, causando prejuízos graves à classe trabalhadora e à sua organização sindical.
“Mesmo com a truculência policial e a força bruta aplicadas aos militantes CUTistas neste dia de manifestação, a CUT e os sindicatos filiados permanecerão ativos no processo de barrar o PL 4330. Acreditamos que o projeto
representa um grande roubo aos direitos trabalhistas conquistados com tantas lutas e não permitiremos que isso aconteça”, esclarece o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
Comandados pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), parlamentar acusado pelo ex-ministro da Educação de ser tirador de vantagens, os parlamentares e policiais tentaram impedir a manifestação democrática de cerca de 4 mil militantes sindicais contra o nefasto projeto de lei. Depois de bloquear o acesso de trabalhadores ao plenário da Câmara a mando do presidente da Casa, as polícias militar e legislativa fizeram um cordão nas entradas impedindo a aproximação dos manifestantes que se concentraram no gramado em frente ao Congresso.
Para impedir que um caminhão de som estacionasse próximo da entrada da Chapelaria, policiais investiram contra o veículo, dando início a cenas de violência policial contra os dirigentes e militantes sindicais, com uso de bombas de efeito moral, gás de pimenta, arma de choque e cassetetes. Um manifestante foi gravemente ferido e está hospitalizado.
Aos gritos de “Central Única dos Trabalhadores” e “recua, recua…”, os militantes resistiram e controlaram a situação, embora alguns militantes tenham sido presos, espancados e
feridos. Focados no objetivo de derrubar o PL 4330, as lideranças mantiveram conversações para garantir a continuidade da manifestação e de acesso ao plenário. Houve, posteriormente, novos incidentes, com brutalidades e agressões por parte da polícia legislativa no Anexo 2.
Na próxima terça-feira, dia 14, a Câmara se reúne para votar as emendas ao PL 4330. Já são mais de 20 propostas de alterações ao projeto. Caso seja aprovado na Câmara, o projeto vai ao Senado, com votação em dois turnos. Se não sofrer alterações, o PL vai para a sanção presidencial.
Dentro e fora do Congresso
Enquanto milhares de manifestantes ocuparam o lado de fora do Congresso, alguns ativistas conseguiram passar pelo amplo esquema de segurança aplicado à Casa nos dias em que a população mais precisa acompanhar o que lá acontece.
Dirigentes e base de sindicatos aguardaram a reunião entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e as lideranças partidárias que compõem o Congresso para pressioná-las contra o pedido de urgência da votação do PL 4330. O presidente da Câmara mostrou-se o dia todo disposto a levar o PL à votação a qualquer custo. No anexo IV, alguns trabalhadores passaram nos gabinetes de deputados na parte da manhã para distribuir material contra o PL 4330 e esclarecer os parlamentares sobre os riscos que a aprovação envolve.
Apesar de estarem devidamente identificados, os trabalhadores presentes não puderam se locomover livremente dentro do Congresso. Sob o pretexto de que “a Casa está com um princípio de invasão”, a polícia legislativa barrou as entradas e passagens, dispersando e retirando os grupos e inviabilizando qualquer tipo de manifestação.
Na tarde desta quarta (08), representantes da CUT, de outras centrais e de entidades que combatem o PL 4330 se reúnem para definir nossos passos do movimento diante dos acontecimentos e da insistência da Câmara em prosseguir a votação do projeto, sem ouvir os protestos da classe trabalhadora. Será realizado um dia de paralisação nacional contra o PL 4330, com data a ser acertada na reunião desta quarta.
Fonte: CUT Brasília
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