Nesta quinta-feira (16), na intenção de cassar a liminar concedida ao Sindicato pela Justiça do Trabalho, suspendendo o aumento das contribuições dos participantes do Saúde Caixa, a empresa entrou com mandado de segurança.

O pedido foi indeferido pelo desembargador que, na fundamentação, a respeito dos laudos apresentados pela Caixa, registrou: “Pontuo que a documentação colacionada (fls. 80/113-pdf), por si só, não pressupõe a liquidez e a certeza do direito da impetrante no reajuste imediato já a partir de janeiro/2017, valendo salientar que as projeções alcançam cenário estatístico até 2026 sem qualquer análise prévia dos interessados ou da mesa gestora”.

O Sindicato lamenta a postura da Caixa ao tentar derrubar na justiça a liminar para manter um aumento considerado abusivo.

"A direção da empresa deveria gastar essa energia pensando em melhorias nas condições de trabalho ou analisando as propostas dos empregados para atender algumas, pelo menos. Seria uma boa a Caixa responder às demandas judiciais como se deve - ao invés desses recursos para atrasar processos - e ainda aproveitar para apresentar alguma coisa que preste na mesa de negociação permanente", frisa o diretor do Sindicato, Wandeir Severo, também empregado Caixa.

Decisão arbitrária

O comunicado sobre o aumento das mensalidades foi feito pela Caixa no dia 26 de janeiro e causou revolta entre os empregados que, no dia 31 daquele mês, promoveram um Dia Nacional de Luta para pressionar o banco a rever sua decisão - arbitrária - e que passou por cima do acordo coletivo dos empregados.

De acordo com dados atuariais do próprio banco, o Saúde Caixa apresentou, em 2016, superávit acumulado de cerca de R$ 700 milhões e deve ter resultado novamente positivo em 2017.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília