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16 de Dezembro de 2025 às 18:16

PIB avança 2,7% em 12 meses enquanto inflação permanece estável, apontam indicadores de dezembro

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O resumo de indicadores de conjuntura divulgado pelo Dieese neste mês aponta um cenário de crescimento econômico moderado no país, com inflação controlada, mas ainda com desafios importantes para renda, emprego e custo de vida da população trabalhadora, especialmente no Distrito Federal.

De acordo com os dados, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro acumulado em 12 meses, referente ao terceiro trimestre de 2025, ficou em 2,7%. O resultado confirma a desaceleração do ritmo de crescimento observada ao longo do ano, mantendo a economia em trajetória positiva, porém sem avanços suficientes para promover melhorias estruturais mais consistentes no mercado de trabalho.

No campo inflacionário, os índices seguem relativamente estáveis. O INPC, indicador que reflete mais diretamente o custo de vida das famílias de menor renda, fechou novembro com alta acumulada de 4,18% em 12 meses. Já o IPCA atingiu 4,46% no mesmo período. Apesar do controle inflacionário, os patamares ainda pressionam o orçamento das famílias, sobretudo diante do custo elevado de itens essenciais.

Um dos dados que chama atenção no levantamento é o valor da cesta básica em Brasília, que chegou a R$ 703,40 em novembro. O número evidencia o descompasso entre preços e renda, especialmente quando comparado ao salário mínimo oficial, fixado em R$ 1.518. O Dieese estima que o salário mínimo necessário para suprir as necessidades básicas de uma família deveria ser de R$ 7.067,18, quase cinco vezes o valor em vigor.

No mercado de trabalho, a taxa de desocupação nacional ficou em 5,6% no terceiro trimestre, enquanto no Distrito Federal o índice foi significativamente maior, atingindo 8,0%. A renda média também reflete desigualdades regionais: enquanto o rendimento médio no Brasil ficou em R$ 3.507, no DF chegou a R$ 6.145, reforçando a concentração de renda e as diferenças no acesso a empregos de melhor qualidade.

Os indicadores de atividade econômica mostram comportamentos distintos. A produção industrial brasileira apresentou retração de 0,5% em outubro na comparação mensal, embora ainda registre crescimento de 0,9% no acumulado anual. O setor de serviços segue como um dos principais motores da economia, com alta de 2,2% no país e desempenho ainda mais forte no Distrito Federal, onde o crescimento acumulado chegou a 8,1%.

O comércio também apresentou expansão, tanto em nível nacional quanto no DF, sinalizando resiliência do consumo, ainda que pressionado por juros elevados. A taxa básica de juros permaneceu em 15% ao ano, o que continua limitando investimentos produtivos e encarecendo o crédito para famílias e empresas.

Para o Dieese, os números reforçam que, apesar da estabilidade macroeconômica, persistem desafios estruturais que afetam diretamente os trabalhadores. A combinação de juros altos, custo de vida elevado e crescimento econômico moderado exige políticas públicas voltadas à geração de empregos, valorização salarial e fortalecimento dos serviços públicos, especialmente em um contexto de transformações tecnológicas e reorganização do mercado de trabalho.

Victor Queiroz
Colaboração para o Sindicato

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