
Está publicado em todos os jornais o anúncio do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, afirmando que irá pagar integralmente a folha de pagamento dos servidores nesta sexta-feira (6), quinto dia útil do mês de março. A decisão, entretanto, não é benesse do governo e tampouco consequência apenas do remanejamento de R$ 174 milhões de fundos distritais para a conta única do Tesouro, mas fruto da luta dos servidores públicos e suas entidades sindicais representativas.
Desde que o GDF anunciou o parcelamento dos salários dos servidores públicos do DF, a CUT Brasília, os sindicatos filiados e a base formada pelos trabalhadores envidou todos os esforços possíveis para que não houvesse retirada de direitos. Diversas ações foram ingressadas na Justiça questionando a deliberação autoritária do governo local.
“O recuo do GDF está diretamente ligado às ações que os sindicatos impetraram na Justiça questionando o parcelamento dos salários e às atuações da CUT e dos sindicatos que, desde o início, se colocaram contra essa postura do governo. Na minha opinião, esse anúncio de parcelamento de salários foi um exagero do GDF, que queria atingir outros fins com esse discurso de que não há dinheiro em caixa. Para mim, o GDF sempre teve dinheiro em caixa”, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Detran-DF – Sindetran, Fábio Medeiros. Em janeiro, a entidade sindical ingressou com ação judicial no Tribunal de Justiça do DF e Territórios, questionando a decisão do GDF de parcelar salários dos servidores públicos da administração local.
Junto com a ação da CUT e dos sindicatos filiados, houve também a pressão dos deputados distritais que adotam uma linha política mais progressista, e utilizaram da permissão do acesso ao Sistema Integrado de Gestão Operacional – Sigo para comprovar que sempre houve verba suficiente no caixa do GDF para pagar os salários dos servidores públicos locais, bem como os reajustes salariais aprovados para diversos setores do funcionalismo em 2013.
“Provamos que esse déficit não existe. Eles criaram uma grande celeuma para aumentar os impostos que a população paga no DF. Nós temos um orçamento aprovado e tem que ser executado. Todos os governos agiram assim e deixaram restos a pagar, não sei porque eles não querem pagar os restos a pagar do governo anterior. A grande questão que provei é a história que há um rombo de R$ de 3,5 bilhões que se havia se transformado no rombo de R$ 6 bilhões, que não existe. Também desmenti a história de que ele (Rollemberg) encontrou no caixa do GDF apenas R$ 64 mil. Nós provamos que no dia 31 de dezembro de 2014, o governador Agnelo Queiroz deixou no caixa do GDF o valor de R$ 917 milhões”,a firma o deputado distrital Chico Vigilante.
Dinheiro em caixa
Nessa terça-feira (3), os deputados petistas Chico Vigilante, Chico Leite e Ricardo Vale, além do assessor técnico da Câmara Legislativa do DF, participaram de reunião da CUT Brasília com os sindicatos que representam os servidores públicos do DF. Eles apresentaram um memorial com o histórico orçamentário do caixa do GDF e informações sobre a legitimidade das 32 leis aprovadas pela Câmara Legislativa em 2013, que reestruturaram as carreiras dos servidores de vários setores do serviço público do DF. O material foi elaborado pela bancada do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal-PT/DF.
O memorial foi entregue aos sindicatos que representam trabalhadores em diversos setores do funcionalismo público do DF, para auxiliar os trabalhadores na luta contra a Adin acionada pelo Ministério Público do DF e Territórios, que retira os direitos dos funcionários públicos.
CUT Brasília
Copyright © 2025 Bancários-DF. Todos os direitos reservados