![]() | Aprovada na segunda-feira na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, a indicação do novo presidente do BRB, Roberto Figueiredo, |

Aprovada na segunda-feira na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF), a indicação do novo presidente do BRB, Roberto Figueiredo, não foi votada pelo plenário da Câmara Legislativa nesta terça-feira 13, como pretendia a bancada governista, uma vez que a pauta está trancada por causa de vetos a outros assuntos que têm prevalência na fila de votações.
O Sindicato, que esteve presente na sabatina (foto) e acompanha de perto a discussão e a formação do novo comando do BRB, está preocupado com as informações veiculadas pela mídia a respeito da possível nomeação de Valderi Frota de Albuquerque e Luiz Francisco Monteiro de Barros Neto para a diretoria. Ambos pertencem à estirpe privatista mais selvagem e deixaram um imenso rastro de suspeitas, denúncias de fraudes e improbidade administrativa e até mesmo condenações em sindicâncias internas e nos tribunais de conta quando foram dirigentes da Caixa Econômica Federal e da Nossa Caixa, banco estadual paulista.
A dupla, que trabalha junto há tempos, enfrenta mais de 60 processos, inquéritos e indiciamentos por sua atuação lesiva aos interesses dos bancos públicos por onde passaram, critica André Nepomuceno, diretor do Sindicato. Não é coerente com um projeto de fortalecimento do BRB colocar na direção pessoas com essa folha corrida e que têm um histórico de hostilidade contra os trabalhadores.
Na lista de processos contra os dois constam favorecimento à Encol; indiciamento na CPI dos Bingos por prevaricação e improbidade por causa dos contratos irregulares que fizeram com a GTech, provocando prejuízo de R$ 433 milhões à Caixa Federal entre 1997 e 2004, segundo denúncia do TCU; e contratação de agência de publicidade sem licitação na Nossa Caixa, onde desenvolveram uma política de enfraquecimento do banco público paulista e de ataques aos funcionários. Em São Paulo, Luiz Francisco é conhecido como Chico Picadinho.
O Sindicato está atento à troca de diretoria, entende que essa é uma prerrogativa do governador mas não pode aceitar que o BRB seja dirigido por pessoas de condutas moral e administrativa duvidosas, adverte o secretário de finanças João Batista Machado.
Parlamentares questionam presidente indicado
Na sabatina com Roberto Figueiredo na Comissão de Economia da Câmara Legislativa, parlamentares da oposição questionaram com veemência o presidente indicado do BRB. Entre eles estavam o representante do PT na CEOF, Paulo Tadeu, e a deputada distrital Erika Kokay, ex-presidente do Sindicato, que cobraram de Figueiredo compromissos com o futuro do BRB.
Paulo Tadeu cobrou do presidente indicado a apuração das inúmeras denúncias e distorções administrativas da gestão que está saindo. Figueiredo respondeu que investigará todas as irregularidades denunciadas no Ministério Público, TCDF e na própria Câmara Legislativa.
O presidente também se comprometeu a não privatizar, disse que pretende levar o banco a atuar mais no fomento social, a melhorar a atuação comercial e que pretende dialogar com os funcionários. São compromissos que vamos cobrar, avisa a deputada distrital Erika Kokay.
Em relação à falta de experiência de Roberto Figueiredo como executivo no sistema financeiro, questionada por parlamentares, Erika Kokay diz não considerar esse um problema intransponível, a depender do restante da diretoria.
A nossa maior preocupação é com os diretores que podem assumir. Há um grande risco de que virão pessoas que têm um passado muito nefasto não só para os bancos públicos que dirigiram como para os bancários e para a sociedade, alerta Erika, referindo-se a Valderi Frota de Albuquerque, Luiz Francisco Monteiro de Barros Neto e possivelmente outro executivo que trabalhava com eles na Nossa Caixa de São Paulo.
A deputada distrital, que é funcionária da Caixa, lembra dos escândalos envolvendo a Encol, famosa construtora que na década de 90 cometeu inúmeras falcatruas e depois faliu, penalizando milhares de pessoas, protagonizados por Valderi. Quando foi vice-presidente da Caixa Federal, Valderi fez um empréstimo irregular para a Encol construir o Hotel Renassaince, de São Paulo. Tempos depois Valderi foi nomeado diretor da Funcef, o fundo de pensão dos empregados da CEF, e no segundo dia no cargo comprou da Encol o esqueleto do Renassaince por R$ 60 milhões, contrariando avaliação dos engenheiros da Caixa, que calcularam o valor em apenas R$ 20 milhões. Ele abriu um ponto na Caixa e fechou na Funcef, causando um enorme prejuízo à Funcef, lembra Erika.
A obra estava completamente micada. Foi orçada em R$ 90 milhões e acabou custando R$ 200 milhões para a Funcef, denuncia a deputada distrital. O processo ainda está no Ministério Público.
Com a ressalva dos parlamentares, Figueiredo informou que levaria a preocupação pessoalmente ao secretário de Fazenda e ao governador.
Por fim, a deputada distrital apontou a necessidade de a diretoria do banco ter a presença de funcionários de carreira, indagando se Figueiredo estava de acordo. Ele respondeu que considerava o princípio salutar e assumiu o compromisso de nomear executivos do banco tanto para a diretoria do BRB como para as coligadas.
Vamos também reivindicar a eleição direta para os diretores da Regius representantes dos participantes, diz Antonio Eustáquio, diretor do Sindicato e conselheiro do fundo de pensão do funcionalismo do BRB (Regius).
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