Em 17 de abril, o Conselho Deliberativo do BRB Clube aprovou a reorganização societária da BSB Corretora (BRB Seguros) e Cartão BRB. Pela proposta, o Clube ficará com 30,3 % das ações da nova companhia surgida desta reorganização. O BRB ficará com 69,7%, e haverá um contrato de utilização do balcão do banco, bem como da marca BRB durante dez anos, período este em que, se o houver quebra de contrato por parte do banco, o Clube será indenizado “pro-rata tempore” ao período faltante.

Estes percentuais foram definidos após consultoria que apurou o valor aportado por cada sócio, o Clube com sua atual participação nestas duas empresas e o banco com o valor da marca e do balcão. É importante ressaltar que avanços nos entendimentos com o Clube, cuja diretoria é toda nomeada pelo banco, ocorreram por força da interveniência do Sindicato e da AFABRB, dentre os quais podemos destacar o percentual de participação, o direito de indicação de conselheiros nos conselhos das empresas, a destinação de recursos da ordem de mais de 5 milhões para o BRB Saúde e ainda a garantia de indenização caso haja ruptura do contrato por parte do banco. O Sindicato e a AFA reconhecem também a disposição da direção do Clube em buscar sintonia com o interesse dos funcionários.

Feita esta reorganização, é imprescindível que o estatuto do Clube seja alterado para que ele realmente seja propriedade dos funcionários, pois atualmente o BRB tem total ingerência sobre o Clube, cabendo à diretoria indicar todos os membros do conselho deliberativo.

Cabe também alterar a destinação dos lucros do Clube, que hoje, embora estejam sendo repassados para cobrir 40% da despesa do BRB Saúde, prevê que pode também ser destinado para ações assistenciais do GDF. É necessário que o estatuto preveja o repasse de lucros somente para cobertura de despesas do BRB Saúde e que seja acrescida a possibilidade de repasse para a Regius, visando beneficiar a todos os participantes do fundo de pensão.

Ainda sobre o plano de  saúde dos funcionários, o BRB Saúde, a diretoria, durante toda a discussão sobre a reorganização societária das empresas que envolveu o Clube, deixou transparecer preocupação com o futuro da BRB Saúde, e também com a Regius, que possui um serviço passado a ser equacionado, o que faz com que o funcionário ao se aposentar tenha de contribuir com 15% de seu benefício.

O Sindicato e a AFA BRB, cujas preocupações são fundamentalmente estas, e se empenharam no acompanhamento dessas discussões, insistem na necessidade de o banco assumir um compromisso público sobre estas duas instituições tão importantes para o funcionalismo.  Deve ser contemplada clara e objetivamente a sustentabilidade futura do BRB Saúde, e também uma forma de equacionar o serviço passado da Regius para minimizar o desembolso dos funcionários quando estes se aposentam.

É fundamental também o banco ter a coragem de abrir uma discussão que vise a democratização da Regius e do BRB Saúde cujo patrimônio é formado paritariamente,  com contribuição de 1 x 1, porém com direções indicadas pelo BRB (leia-se, também, GDF). Os funcionários exigem o direito de eleger parte da diretoria destas duas empresas, dentro inclusive de um princípio de boa governança que deve presidir instituições sérias, especialmente quando parte dos recursos provêem dos próprios funcionários.

“O Clube cumpre um relevante papel ao garantir segurança aos funcionários na medida em que ajuda a pagar as despesas do BRB Saúde. Deve continuar este procedimento, e ainda poder repassar recursos à Regius, para melhorias ao participante”, diz Antonio Eustáquio, secretário de imprensa do Sindicato e funcionário do BRB, para quem “ao banco cabe ainda abrir negociações para democratizar tanto a BRB Saúde quanto a Regius, possibilitando a eleição direta de diretores destas instituições, o que com certeza contribuirá para uma melhor gestão destas empresas tão importantes para os funcionários, com absoluta transparência, a exemplo do que acontece no Banco do Brasil, com a Previ e Cassi.”