O Sindicato acompanha desde as primeiras horas de hoje os desdobramentos da Operação Compliance Zero, que resultou na prisão do controlador do Banco Master, no afastamento do presidente do BRB e na abertura de novas linhas de investigação sobre emissões irregulares de títulos e outras operações suspeitas. Os fatos trazidos à tona pelas autoridades nesta data reforçam gravemente as preocupações que o Sindicato vem manifestando há mais de um ano, desde que identificamos negociações suspeitas entre o BRB e o Banco Master e passamos a alertar publicamente sobre os riscos envolvidos.
Desde então, o Sindicato apontou reiteradamente que a operação BRB–Master era marcada por inconsistências financeiras, ausência de estudos técnicos, falta de transparência e riscos sistêmicos graves. O Banco Master acumulava cerca de R$ 50 bilhões de reais em CDBs com taxas anormais, exibia fragilidade financeira crônica e já era alvo de investigações relacionadas a fraudes e lavagem de dinheiro.
Todas as iniciativas do Sindicato tiveram exatamente este objeto: impedir todas as operações entre o BRB e o Banco Master, construídas sem transparência, sem respaldo técnico e sob forte pressão política.
Nesse período, o Sindicato apresentou representações ao Banco Central, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao Ministério Público Federal (MPF), ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), pedindo a suspensão das tratativas, a abertura de inquéritos e a apuração rigorosa das irregularidades.
No campo judicial, o Sindicato ajuizou ações essenciais para proteger o BRB, incluindo a Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a lei que autorizou a operação, além de acompanhar ações populares e outros processos conexos que discutem os vícios legislativos, a ausência de estudos de viabilidade e o atropelo dos ritos na Câmara Legislativa.
Em todos esses documentos, o Sindicato alertou para uma tentativa organizada de utilizar o BRB como instrumento político e como mecanismo de absorção de problemas privados. Os acontecimentos desta terça-feira (18) demonstram que, mesmo diante de investigações em curso e de sinais claros de irregularidades no Banco Master, determinados setores do GDF e dos seus grupos de apoio político insistiram em empurrar o banco público para dentro de um negócio incompatível com o interesse coletivo e alheio aos princípios mínimos de governança.
O BRB é patrimônio do povo do Distrito Federal. Existe para servir à sociedade, fomentar o desenvolvimento regional, apoiar políticas públicas e garantir acesso responsável ao crédito. Não existe para atender interesses privados, nem para ser utilizado como plataforma de resgate de instituições financeiras em crise. O Sindicato reafirma que atuou e continuará atuando exclusivamente para proteger o BRB, sua integridade institucional e os empregos dos bancários que sustentam a credibilidade do banco diariamente.
Seguiremos vigilantes. Acompanharemos cada passo das investigações, exigiremos transparência total e cobraremos a responsabilização integral de todos os envolvidos. Defender o BRB é defender o Distrito Federal, sua população e seus trabalhadores bancários.
Sindicato dos Bancários de Brasília
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