Banco BRB

27 de Novembro de 2025 às 09:35

Nelson Souza segue sob desconfiança após sabatina

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O Plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou nesta terça-feira (25) o nome de Nelson Antônio de Souza para a presidência do BRB. O placar final foi de 16 votos a favor e 6 contrários. O resultado garante a posse do executivo indicado pelo governador Ibaneis Rocha, mas a sessão foi marcada por discursos contundentes que deixaram claro que a crise de imagem do banco está longe de acabar.

A votação refletiu o momento delicado da instituição. Enquanto a base governista garantiu a maioria com os 16 votos, defendendo a capacidade técnica de Nelson Souza para “virar a página”, o bloco de oposição marcou posição com os 6 votos contrários. Esse grupo, que vem denunciando os riscos da gestão recente, utilizou o painel não apenas para rejeitar o nome, mas para protestar contra a falta de transparência nas operações que envolveram o banco nos últimos meses.

O clima na sessão foi pesado. O fantasma da negociação com o Banco Master e as operações policiais que resultaram no afastamento da antiga diretoria dominaram as falas. Os parlamentares de oposição cobraram garantias de que o BRB não será transformado em instrumento político nem usado para salvar instituições privadas envolvidas em escândalos financeiros.

Uma das críticas mais incisivas veio do deputado Chico Vigilante. Ele questionou a pressa da aprovação e alertou que o banco não pode seguir repetindo padrões de gestão que comprometeram sua credibilidade. Em sua intervenção, afirmou que não adianta “mudar o nome no crachá” se o BRB continuar sendo submetido às mesmas práticas e interesses que o levaram ao centro do escândalo envolvendo o Banco Master. Para ele, a indicação deve ser acompanhada de responsabilidade real, transparência e compromisso com a proteção do patrimônio público.

Nas demais falas da oposição, o recado foi semelhante. A troca de comando não pode ser um ato simbólico. A cobrança foi direta e recorrente: a nova gestão precisa abrir as gavetas, auditar os contratos firmados pela diretoria afastada e esclarecer por que o banco foi exposto a riscos tão elevados em negociações com instituições de reputação fragilizada. O voto “não”, segundo esses parlamentares, foi um gesto de resistência contra a transformação do banco público em um balcão de negócios.

Nelson Souza também teve o nome aprovado pelo Banco Central e assume a cadeira quente deixada por Paulo Henrique Costa após a Operação Compliance Zero. Sua chegada ocorre sob forte pressão dos órgãos de controle e também da categoria bancária. Para o Sindicato e para a sociedade que acompanhou a votação, o recado desta terça-feira é claro. O governo tem maioria suficiente para aprovar nomes, mas não tem mais liberdade irrestrita para conduzir o BRB sem escrutínio público. Os 6 votos contrários expressam a parcela da sociedade que exige respostas concretas sobre a tentativa de fusão com o Master e que não aceitará riscos ao patrimônio do Distrito Federal.

Victor Queiroz
Colaboração para o Sindicato

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