Problemas como o não pagamento das substituições, as más condições de trabalho e a falta de um Plano de Carreira, Cargos e Salários e de funcionários para atender à demanda crescente fazem parte da rotina dos bancários que trabalham nas agências do Banco do Brasil. O dia-a-dia nessas dependências não é nada fácil. Estressados, sobrecarregados e vítimas de doenças do trabalho, os funcionários não têm tempo nem de respirar.
Inerte, como já era de se esperar, a diretoria do banco não se manifesta para atender as reivindicações de seus funcionários. A grande preocupação da direção do BB é fazer uma megafesta para comemorar os 200 anos da instituição, em detrimento da saúde e das condições de trabalho de seus quase 90 mil funcionários, afirma Rodrigo Britto, presidente do Sindicato.
Ao contrário de outras empresas, que se preocupam em proporcionar um bom ambiente de trabalho, através de incentivos, bons salários, plano de cargos e salários, a direção do banco só pensa em disputar mercado com outras instituições financeiras. Veja, a seguir, o que essa estratégia equivocada tem causado.
Funcionários das agências são obrigados a vender produtos McDonalds
Além de seguirem as ordens do presidente do banco, Antônio Francisco de Lima Neto, os funcionários das agências também devem seguir a cartilha do senhor Ronald McDonalds. A prática ocorre da seguinte forma: A direção do BB participa, todos os anos, da campanha de vendas do sanduíche Big Mac para ajudar a Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadora de Câncer e Hemopatia (Abrace). O grande problema é que as dependências estão sendo coagidas a comprar cotas fixas desse lanche e, alguns administradores, repassam mais essa meta a ser cumprida para seus funcionários.
O Sindicato concorda com a doação do BB à Abrace para o combate ao câncer infantil, mas discorda do método adotado. O banco poderia, por exemplo, repassar a quantia diretamente para a Abrace, sem a obrigatoriedade de estimular o consumo de um lanche que não é nada saudável, diz Rafael Zanon, diretor do Sindicato.
É importante lembrar que ne-nhuma agência é obrigada a repassar a quantia estipulada à Superintendência (Super). Vamos propor que a partir do próximo ano o repasse das doações seja feito diretamente à Abrace, sem a necessidade de venda de produtos de outra empresa que não esteja contemplada no Acordo Coletivo de Trabalho, completa Rafael Zanon.
Os funcionários e administradores que foram coagidos a vender esses produtos devem formalizar denúncia ao Sindicato, por meio do Projeto Saúde Sentinela (http://saude.contrafcut.org.br/), e à Procuradoria Regional do Trabalho (SEPN 513 Edifício Imperador - Bloco D, Nº 30 - Salas 320 a 331 e 401/420), por correio eletrônico (codin@prt10.mpt.gov.br), ou por fax 3340-7737.
BB lidera lista de queixas e autuações do Procon
A operação do Procon DF De Olho nos Bancos autuou 27 de 38 instituições financeiras visitadas por descumprimento da Lei das Filas, que estipula o tempo máximo de 30 minutos de espera para atendimento no caixa.
As agências foram autuadas por irregularidades relacionadas à Lei da Fila, como o não atendimento no tempo previsto na lei, inadequação das senhas distribuídas ao consumidor e afixação em local visível ao público do número da lei, tempo de espera e telefone do Procon.
A operação, que durou cinco dias, é resultado do grande número de reclamações registradas pelo Instituto de Defesa do Consumidor, cerca de 500 nos últimos meses. O Banco do Brasil está no topo da lista das instituições denunciadas, com 312 queixas, seguido do Unibanco (18) e da Caixa Econômica Federal (5).
O presidente do Sindicato, Rodrigo Britto, explica que a origem do problema está na política de segmentação bancária e terceirização de serviços promovida pelos bancos, reduzindo os postos de trabalho. Trata-se de uma grande distorção produzida pelas instituições financeiras, da década de 80 para cá, para burlar a legislação trabalhista e excluir clientes de baixo poder aquisitivo das agências, explica Britto.
Agências do BB são alvos preferidos dos assaltantes
O Distrito Federal e as cidades do Entorno (região próxima a Brasília) se tornaram alvo de bandidos. Somente entre os meses de agosto e setembro, foram confirmadas três ocorrências uma tentativa e dois assaltos , todas em agências do Banco do Brasil. Uma das razões para o aumento no número de delitos pode ser a falta de segurança nas agências.
No assalto mais recente, ocorrido no dia 8 de setembro, dois homens com revólveres entraram na agência do Banco do Brasil do Pistão Sul, em Taguatinga, por volta das 13h, renderam o vigilante, servidores e algumas pessoas que faziam movimentações bancárias no momento. Conseguiram fugir com aproximadamente R$ 400 mil.
O Banco do Brasil e as outras instituições financeiras devem, urgentemente, investir em mais segurança nas agências bancárias. Ao invés de priorizar as milionárias campanhas publicitárias, os bancos precisam pensar na segurança dos bancários e clientes, critica Eduardo Araújo, diretor do Sindicato e da Contraf/CUT.
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