A informática do BRB, cujos problemas já se arrastam há anos, em que pese os investimentos maciços, parece não vislumbrar solução no horizonte. Nos dois balanços fechados desde que o governador José Roberto Arruda (DEM) tomou posse, no intervalo das cinco diretorias que passaram pelo banco, apontam-se recursos destinados àquela área da ordem de aproximadamente R$ 220 milhões. O ex-diretor Aires Hypólito, embora tenha sido apresentado como indicação certa para resolver os problemas da área, após dois anos deixa o cargo, e assume a presidência da Nova Cartão sem ter objetivamente apresentado resultados concretos.
Os recorrentes problemas vividos pelos funcionários quase que diariamente não foram resolvidos, interferindo sobremaneira no dia a dia de trabalho, especialmente nos pontos de atendimento, sem contar o transtorno causado à clientela, o que, por tabela, arranha de forma grave a imagem do banco.
É por isso que o Sindicato defende, e já expressou ao banco, que, a persistirem panes frequentes e prolongadas, a diretoria do banco emita comunicado público, assu-mindo as relações públicas inerentes à sua alçada.
Agora foi indicado para a Ditec Kelson Corte, funcionário de carreira na área, condição que a princípio é positiva, mas, numa análise preliminar, enseja questionamento. Isso porque Corte tem seu nome ligado a situações ainda em parte mal explicadas e sob apuração.
Todos sabem do lamentável episódio que foi uma dos artifícios motivadores da abertura de processo público que resultou na prisão, demissão e punição de ex-diretores do banco. Pela promiscuidade, ilegal e/ou irregular, constituída pela triangulação de contratos entre banco, empresas terceirizadas e a Cartão BRB, esvaíram-se recursos vultosos, infelizmente contando com a participação ativa ou leniente de funcionários graduados. Muitos dos quais indiciados ou citados por recebimento de remuneração concomitante do banco, da Cartão à época e por meio de empresas privadas de sua propriedade ou relações de influência.
Consta ao Sindicato, por exemplo, independentemente do conhecimento e da apuração específica para o caso pelas autoridades internas ou externas, o fato de que Corte foi cedido à Cartão BRB em uma estranha transação, à semelhança de outros funcionários. Ele foi também sócio de empresa até 2007, com contrato firmado de prestação de serviços também com a Cartão BRB, o que é vedado pelas normas regulamentares, e contraria leis e princípios da administração pública, como os da moralidade e impessoalidade, além de referências gerais da ética corporativa e governamental.
Por esse contrato, recebeu algumas centenas de milhares de reais, somados à remuneração pelo banco e pela Cartão.
A quem interessa?
Não cabe ao Sindicato investigar culpabilidades, ou graus de envolvimento. Mas o rol daquelas circunstâncias tão nefastas e com grande repercussão ainda hoje no imbróglio da Informática permite inferir que, ao menos por esse precedente, a indicação não é apropriada para um comando unificado e isento. Condições essas necessárias para fazer frente a interesses possivelmente viciados que não condizem com a resolução, no interesse do serviço, de área hoje tão dispendiosa e problemática quanto fundamental para o bom andamento da empresa.
Lembrando que o presidente do banco afirmou não deixar em aberto qualquer indício de irregularidade que fosse consequente, o que diz e qual atitude devem tomar a direção do BRB e o acionista majoritário diante desse fato?
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