Os bancários estão indignados com a falta de condições de trabalho gerada pela integração entre o Santander e o Real. O sistema eletrônico de atendimento aos clientes e usuários não funciona como deveria desde a integração tecnológica. Também não houve treinamento adequado para os funcionários desde a fusão. Além disso, o aumento das metas tem sido reclamação constate no ambiente de trabalho. Esses e outros problemas foram denunciados na negociação entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander e os representantes do banco no dia 29, em São Paulo.
Diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN), José Anilton representou os bancários do Distrito Federal na negociação. “Trouxe as reivindicações dos funcionários para a negociação. Ainda há muito que resolver, tanto que só tratamos da integração durante toda a negociação”, afirma.
Os representantes do Santander Real se comprometeram a dar uma resposta às reivindicações do movimento sindical até sexta-feira, 1º de abril. No dia 5 de abril haverá nova negociação com o banco, em São Paulo.
O Sindicato vai receber as denúncias dos bancários e a identidade dos funcionários será mantida em sigilo. Para denunciar clique aqui. O conteúdo será encaminhado à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e entregue ao presidente do Santander no Brasil.
O Sindicato reivindica que o banco amenize a cobrança de metas durante o período de integração. “O banco acha que o cumprimento de metas de 100% não é o suficiente e agora tem exigido dos funcionários metas de até 200%. Isso é um abuso por parte do banco, ainda mais com os problemas enfrentados devido à integração”, ressalta Rosane Alaby, diretora do Sindicato.
Os problemas enfrentados pelos bancários de Brasília são os mesmos relatados em vários pontos do Brasil. Durante a negociação, foi lida uma mensagem enviada por uma gerente do banco ao Sindicato de São Paulo que mostra o estresse vivido pelos funcionários.
Confira, abaixo, a íntegra da mensagem:
"Não aguentamos mais a cobrança e a pressão que estamos sofrendo !! O Santander fez questão de ministrar diversos cursos referente a integração, meses antes da mesma acontecer. Pensavam que, assim, estariam fazendo sua parte para poder cobrar resultados. Estavam errados. Os cursos foram 99% teóricos, não houve aproveitamento prático, nos forçaram a trabalhar de domingo (4 vezes) para efetuar testes no sistema (o que tbem não nos ajudou em nada)e, no dia da migração, ouvimos chacotas dos diretores (que visitaram as agências migradas).
Chacotas como "nossa, esse povo do Real é lento", ou "como pode o Banco gastar milhões com treinamento e esse pessoal do Real não ter aproveitado absolutamente nada!!" Tenho algo muito importante a dizer para a presidência: Nosso problema Srs. não é aprender o sistema! Nosso problema é não ter o suporte necessário para resolver a ENORME demanda de problemas nas contas dos clientes, principalmente Business, que, até a presente data (29/03/11) não pararam de acontecer.
Nosso problema é estar frente a frente com o cliente dentro da agência, receber um questionamento a respeito de sua conta, não ter a resposta acessível dentro do ponto de venda e, conforme instruções do próprio Banco, entrar em contato com o 3012-3456, ficando em média 45 minutos na espera, ainda frente a frente com o cliente, que espera pacientemente por uma resposta.
E depois desse enorme tempo de espera, ter que informar ao cliente que, novamente, ele terá que ir embora sem a resposta que veio buscar. Passei 3 semanas tentando resolver um problema de uma conta garantida Business que, no dia seguinte à migração, foi CANCELADA pelo sistema, mesmo com seu vencimento final em abril. Empresa importante da agência, com folha de pgto., capitalização, CRG 1, blá, blá, blá. Cliente migrou seu movimento de cobrança para o Itaú nesse meio tempo, pois não pode usar sua conta garantida, e agora esta cômodo para empresa, já que se acostumou com o sistema do concorrente, esta difícil traze-lo de volta. Ora Srs., vamos pensar.
Vocês cobram tanta meta de folha de pagamento às regionais que, por suas vez, nos bombardeiam com massantes cobranças, pressões e assédios e não conseguem resolver esses probleminhas de merd... Me desculpe, mas, do Banco que vim (Real com muito orgulho), tinhamos mais dinâmismo, mais liberdade, mais alçadas, mais crédito, mais poder de barganha por taxas!! Hoje, sinto que não incomodo a concorrência, já que todo crédito que era aprovado para as empresas no Real, são negados no Santander!!
Como vamos cumprir a meta enorme que vocês nos assediam, se não conseguem lidar com a ampliação de crédito no mercado. Os clientes estão indo embora não só pela falta de atendimento sistêmico e problemas em suas contas, mas também por falta de atendimento em crédito e soluções financeiras. Banco parceiro é aquele que sabe entender seu cliente.
Para o Banco conseguir atingir esse resultado, é necessário que confie no profissional que lida com o cliente na ponta, O GERENTE e a equipe das agências. O comentário geral entre os colegas é que nos sentimos o tempo todo vigiados, como se fossemos a qualquer momento dar um golpe no Banco. A situação está INSUPORTÁVEL !!!
Ou o Banco e seus dirigentes tomam a consciência de que estamos no Brasil e não na Europa, ou continuaremos a perder enorme parte da fatia de mercado que nos compete !!! Esta misera funcionária que aqui escreve não esta pedindo nada de mais. Esta pedindo que a deixem fazer o serviço que ela mais gosta de fazer: Prospectar cliente, fazer novos negócios, fomentar os existentes, abrir novas frentes, conquistar novos clientes e empresas, etc...
Peço mais dinamismo, menos planilhas, menos cobranças de resultados diários, menos reuniões nas Regionais e nas agências, menos MONITORAMENTO com nossos resultados diários. Estamos no cargo que ocupamos porque merecemos. Então, deixe-nos trabalhar !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Arrumem a bagunça que fizeram com o sistema, com os clientes e com a cabeça dos funcionários e parem de engessar nossas mãos e nossos pés."
Da Redação
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