O Sindicato dos Bancários de Brasília repudia veementemente a onda de demissões imotivadas que o banco Santander Brasil vem promovendo sistematicamente em todo o país, numa medida arbitrária e nefasta que vai na contramão da economia brasileira, que registrou em abril o menor índice de desemprego nos últimos 12 anos.
Isso sem contar também que o banco ganhou milhões de novos correntistas, passando de 27,3 milhões no primeiro trimestre do ano passado para 30 milhões nos primeiros três meses deste ano. E o número de contas correntes por bancário, que era de 520, passou para 617 no período.
Em apenas três meses, de janeiro a março de 2014, foram 970 trabalhadores demitidos no Brasil. Num intervalo de 12 meses, são 4.833 vagas de trabalho a menos. Trata-se de uma queda de 9% no quadro funcional do banco, dentro de um cenário que não combina em nada com essa política de cortes: o Santander lucrou nos três primeiros meses de 2014 o montante de R$ 1,428 bilhão. Nesse intervalo, foram 58 agências fechadas, ampliando o número de unidades extintas para 150 agências nos últimos 12 meses. Houve ainda fechamento de PABs, caixas eletrônicos e correspondentes.
Além de ir de encontro à realidade vivida pela economia brasileira e pelo próprio banco, a redução drástica no número de funcionários tem forte impacto social, na medida em que seus efeitos são sentidos para além dos locais de trabalho. Menos trabalhadores, principalmente nas agências, significa, de um lado, bancários cada vez mais sobrecarregados, vítimas de toda sorte de pressão e assédio moral e de doenças ocupacionais, e na outra ponta, significa a precarização dos serviços prestados à população – isso sem falar das longas filas que clientes e usuários são obrigados a enfrentar no dia a dia, e das agências fechadas por falta de bancários, como o Sindicato de Brasília detectou em uma de suas vistorias.
O ‘curioso’ nisso tudo é que, em que pese a justificativa de cortes como medida de uma política de redução de custos, houve aumento de 48,3% em 2014 na remuneração global dos 46 integrantes da diretoria executiva do Santander Brasil. Com isso, segundo cálculos do Dieese, cada um deles ganhará média de R$ 5,7 milhões por ano, considerando salários, bônus e participação nos resultados.
Para pressionar o Santander a pôr fim às demissões e, mais do que isso, contratar mais trabalhadores, sindicatos de todo o país, incluindo o de Brasília, estão promovendo uma jornada de lutas de norte a sul. Entre as ações, diretores do Sindicato estão recolhendo assinaturas dos clientes e usuários que são contra as demissões. As assinaturas serão entregues dia 27 de maio aos representantes do banco, ocasião em que o assunto estará em discussão.
Sindicato dos Bancários de Brasília
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