

"Quem fica na memória de alguém, não morre". A frase do sociólogo e ativista dos direitos humanos Herbet José de Sousa, o Betinho, que na terça-feira (3) completaria 80 anos de vida, serve perfeitamente para ele, que se tornou inesquecível e continua presente e atual nos dias de hoje, mesmo 18 anos após sua morte.
Marcado por uma vida de apelo à solidariedade e de união das pessoas em prol de uma causa, o mineiro de Bocaiúva era um militante incansável das principais lutas sociais do país sempre por mais direitos, como a reforma agrária, contra a fome e pela democracia no seu sentido mais amplo.
Betinho, que foi um dos maiores ativistas dos direitos humanos no Brasil, teve como um de seus mais importantes trabalhos a campanha pela Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida, fundada em 1993. Além disso, ele se envolveu em diversos tipos de militância, como os movimentos estudantis, nos anos 60, renovação do cristianismo e a luta contra regimes militares latino-americanos, entre outras.
Sindicato apoiou Campanha Contra a Fome
O Sindicato dos Bancários de Brasília teve efetiva participação nesta campanha Contra a Fome. As ações desenvolvidas para ajudar as famílias de baixa renda também tiveram amplo apoio da categoria bancária.
“O legado deixado por Betinho será sempre um incentivo no combate aos retrocessos e para avançarmos nas conquistas por mais direitos, justiça social e democracia”, destaca o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.
Natal sem Fome
Betinho mobilizou o país inteiro com o Natal sem Fome, lançado em 1994. A população atendeu o chamado do sociólogo e doou cerca de 600 toneladas de alimentos, que foram distribuídas às famílias de baixa renda. Essa iniciativa cresceu e deu frutos. Hoje, existem cerca de 500 comitês espalhados pelo Brasil e por países como França, Suíça, Inglaterra, Canadá, Itália, Estados Unidos, Japão e Chile.
Homenagens
Betinho, que era hemofílico e saiu de cena aos 61 anos de idade, costumava dizer que “só a participação cidadã é capaz de mudar o país”.
Homenageado no país inteiro pelo seu grande trabalho humanista, em Brasília, ele deu nome a uma praça localizada no Setor Bancário Sul (SBS), local de lutas dos trabalhadores. O projeto de lei para mudança de nome do local é de autoria do então deputado distrital e bancário Geraldo Magela (PT).
Palco das assembleias e de diversas ações das bancárias e bancários de Brasília, o espaço no SBS também é conhecido como Praça do Cebolão.
Ao longo da vida, Betinho recebeu vários prêmios importantes, como o Global 500, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. E chegou a ser indicado para o Nobel da Paz de 1991.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília
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