

Prova do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2015 coloca o Brasil em 63º lugar no ranking referente ao ensino médio de 72 países. Divulgado em 6 de dezembro, o resultado se baseia em informações do Ministério da Educação (MEC), que dá ênfase às escolas públicas e particulares, ignorando o desempenho de centenas unidades da Rede Federal de Educação.
Caso fosse considerado o resultado dessas unidades, entre elas Institutos Federais, Cefets, escolas técnicas e militares, colégio de aplicação e Colégio Pedro II, o ensino no país estaria em outro patamar. Em ciências, por exemplo, uma das três disciplinas avaliadas, as instituições federais levariam a educação brasileira um ponto acima da nota obtida pela Coreia do Sul, de 516 pontos.
Em comparação, na mesma disciplina, as escolas particulares obtiveram 487 pontos, abaixo da média de 493 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsável pelo Pisa. Em leitura, outra disciplina avaliada, os alunos das escolas federais também superam os estudantes de países desenvolvidos.
O que é o Pisa
Principal avaliação de educação básica do mundo, o Pisa promove, a cada três anos, um exame junto aos alunos de 15 a 16 anos, idade estimada para o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.
No Brasil, a prova ocorre em maio para estudantes selecionados de todos os estados. Coordenada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), em 2015, o teste foi aplicado para 23 mil estudantes de 841 escolas, em três disciplinas: matemática, ciência e leitura.
Desigualdades no sistema de ensino
Para uma real visão do desempenho dos alunos brasileiros deve ser feita uma análise das desigualdades do sistema de ensino no país. Segundo dados da OCDE, 43% dos estudantes estão entre os 20% da população considerada "desfavorecida" na escala internacional de níveis socioeconômicos do exame.
O relatório da organização também mostra que a nota de um aluno rico é 27 pontos acima da média dos alunos de "nível socioeconômico menor”. A diferença, que "equivale ao conteúdo de um ano letivo inteiro", confirma que não se pode tratar os estudantes brasileiros como uma massa única e homogênea. É necessário avaliar o desempenho de cada uma das redes de ensino separadamente.
Rosane Alves
Do Seeb Brasília
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