Apenas no 1º trimestre de 2015 o Santander obteve lucro líquido de R$ 1,6 bilhão, crescimento de 14,4% em relação ao mesmo período de 2014. Mas o aumento nos resultados contrasta com a grande rotatividade de bancários, as altas multas recebidas por falta de segurança, bem como a demissão
de vigilantes.

A Polícia Federal aplicou multas no valor de R$ 11,4 milhões a 19 bancos, durante a 105ª Reunião da Comissão Consultiva para Assuntos da Segurança Privada (CCASP) no último dia 27 de maio. O Santander é o segundo colocado no ranking de insegurança, com R$ 2,208 milhões em multa, justamente um dos bancos que implementaram o modelo de agências de negócios.

No Distrito Federal já estão funcionando duas unidades do Santander nos moldes de agências de negócios: no Shopping ID e no Terraço Shopping. Só nessas unidades já foram reduzidos postos de trabalho em quatros caixas e cinco vigilantes.

A preocupação do Sindicato e dos trabalhadores é a possibilidade de novos cortes de bancários nessas agências, de funções como gerente de atendimento e coordenador, já que não haverá mais o processamento de documentos e o manuseio de valores.

Há previsão de transformação de mais três unidades em agências de negócios em Brasília: Conjunto Nacional, ParkShopping e Liberty Mall, com a possibilidade de redução de quatro caixas e sete vigilantes.

“Os bancos dispensam vigilantes nas agências de negócios e a situação tem gerado insegurança e exposição dos trabalhadores e clientes a possíveis ações de bandidos. Os clientes estão reclamando da insegurança nesses locais por causa da dispensa dos vigilantes”, alerta Jorge Kotani, diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

O Sindicato também denuncia o processo de terceirização alarmante nessas unidades, em que o abastecimento dos caixas e o processamento de documentos são feitos por trabalhadores terceirizados, em vez de bancários.

Tarifas exorbitantes

Os clientes também estão pagando mais taxas e tarifas no Santander, cuja receita com a cobrança por serviços cresceu 7,4% em 12 meses, totalizando
R$ 2,8 bilhões.

“Os clientes estão pagando mais tarifas para receber um atendimento precário, fruto da retirada de bancários das agências, como os caixas. Só para se ter uma ideia, as tarifas bancárias cobrem mais de 150% da folha de pagamento do Santander”, completa Jorge Kotani.

Em 2015, o Índice de Inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,8 p.p em relação ao 1º trimestre de 2014, ficando em 3,0%. Com isso, foram reduzidas as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 4,7%, totalizando R$ 2,9 bilhões.

Thaís Rohrer
Do Seebb Brasília