O lucro líquido de R$ 2,5 bilhões do BB no primeiro semestre de 2007 representa uma redução de 36,3% em relação ao mesmo período do ano passado, que foi de R$ 3,9 bilhões. Com o resultado, o BB registrou uma rentabilidade patrimonial média de 24,3%. Mas esse não é o retrato fiel do desempenho do banco, ressalva o Dieese.
O lucro líquido de R$ 2,5 bilhões do BB no primeiro semestre de 2007 representa uma redução de 36,3% em relação ao mesmo período do ano passado, que foi de R$ 3,9 bilhões. Com o resultado, o BB registrou uma rentabilidade patrimonial média de 24,3%. Mas esse não é o retrato fiel do desempenho do banco, ressalva o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos).
Se se considerar as receitas extraordinárias de R$ 2,3 bilhões embutidas no balanço do primeiro semestre do ano passado, mais as despesas extraordinárias com o PAA (R$ 445,9 milhões) debitadas de uma única vez agora, chega-se a outro resultado segundo o Dieese: crescimento de 84,4% em relação ao balanço do primeiro semestre de 2006, que foi de R$ 1,6 bi pelo critério do lucro recorrente.
O lucro do BB deveu-se sobretudo ao resultado da intermediação financeira, que apresentou uma evolução positiva de 46,6% nesse período. A maior fonte de receita são as operações de crédito, que no primeiro semestre cresceram 16,6%, contabilizando R$ 12,2 bilhões. O resultado com operações de tesouraria (títulos públicos e aplicações interfinanceiras de liquidez) registrou queda de 8,7%, alcançando R$ 6,2 bi.
Em relação às despesas financeiras, a despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa registrou uma redução de 28,1%. Essa queda pode ser explicada diante da menor exposição ao risco da carteira de crédito, avalia o Dieese-Subseção do Sindicato de Brasília. Segundo o banco, a inadimplência caiu para 2,8% da carteira, contra 3,6% do ano anterior. Ao considerar os atrasos acima de 90 dias, o índice cai para 2,4%. Por outro lado, as despesas com operações de captação no mercado aumentaram 5,4%.
Aumentam operações de crédito
A administração do banco vem destinando maiores recursos para as operações de crédito, num total de R$ 145,2 bilhões montante que representa 43,6% do ativo total da instituição. Por outro lado, as aplicações de tesouraria representaram 37,1%. As taxas que remuneram as aplicações em créditos são muito superiores àquelas que remuneram as aplicações em títulos e valores mobiliários, lembra o Dieese. A propósito, no último semestre a carteira de crédito obteve um crescimento de 28,4%, enquanto as operações de tesouraria cresceram 23,1%.
Entre as operações de crédito, a carteira rural é a prioridade do BB. No entanto, registrou o menor crescimento (11,8%) entre as principais linhas de crédito e, com isso, perdeu participação, caindo de 32,3% para 31,8% no crédito total do BB. O maior crescimento ocorreu na carteira da indústria, que aumentou 48,6%, seguida pelas operações de pessoa física, que evoluiu 30,6%. Juntos, os três segmentos representam mais de dois terços do crédito total do banco.
Liderança no crédito consignado
Já a carteira de crédito consignado registrou um aumento expressivo de 68,9%, totalizando R$ 10,2 bilhões em junho de 2007. Esse montante representa 17,6% do mercado de crédito consignado do país, conquistando sua liderança.
As receitas de prestação de serviços cresceram 10,7%, acumulando R$ 4,8 bilhões no primeiro semestre. A principal fonte de arrecadação dessas receitas é o pacote de serviços, que contabilizou ganho de R$ 923 milhões. À semelhança de outras instituições bancárias, no BB as RPS representam a terceira maior fonte de lucro, perdendo apenas para as receitas de crédito e o resultado das aplicações em tesouraria.
Mas essas receitas são suficientes para cobrir 110,1% das despesas da folha de pagamento, destaca Eduardo Araújo, diretor do Sindicato.
Com relação às despesas de pessoal, o banco mostra um crescimento de 12,8%. No entanto, essa evolução decorre tão somente das despesas referentes ao PAA, no valor de R$ 675,7 milhões, ressalva o Dieese. Ao excluir esse valor, as despesas de pessoal registram uma redução de 4,7%.
Salário e PLR
O salário médio do BB obteve um aumento de 3,1%. E a diferença entre o maior e o menor salário permanece em 18,8 vezes. Com relação ao valor destinado ao pagamento de PLR, o balanço registra uma redução de 36,1%, totalizando R$ 317,4 milhões, alerta o Dieese. Essa redução decorre do excepcional resultado que o banco registrou no primeiro semestre de 2006, sendo incorporado à PLR daquele período. No entanto, a participação desse montante sobre o lucro líquido semestral permanece em 12,8%.
Registra-se ainda o aumento de 10,7% das outras despesas administrativas. Entre elas, o valor mais expressivo destina-se às despesas de comunicações, que no semestre registraram uma queda de 1,7%. Por fim, o BB reduziu seu quadro de pessoal, agora com 79,3 mil funcionários de carreira uma queda 4,3% em relação a junho de 2006. O principal motivo da redução de pessoal foi o PAA, que teve 6.925 adesões.
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