Caixa Economica Federal

28 de Novembro de 2025 às 09:31

Lucro da Caixa cresce e alcança R$ 3,8 bilhões no 3º trimestre

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O novo boletim do Dieese sobre o desempenho da Caixa Econômica Federal no terceiro trimestre de 2025 confirma aquilo que a categoria sente diariamente no atendimento, nas agências e nas áreas meio do banco: a Caixa cresce, mas o corpo funcional continua sendo exigido acima do limite. Os números impressionam, mas a realidade do trabalho não acompanha o mesmo ritmo.

Segundo o documento, o banco registrou lucro líquido contábil de R$ 3,764 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 2,2% em relação ao trimestre anterior e de 15,4% em comparação ao mesmo período de 2024. No acumulado do ano, o lucro chegou a R$ 13,548 bilhões, com crescimento expressivo de 50,35% em relação a 2024. No acumulado do ano, o lucro chegou a R$ 13,548 bilhões, com crescimento expressivo de 50,35% em relação a 2024. A margem financeira também avançou, impulsionada por uma alta de 29,1% nas receitas de intermediação financeira.

O ativo total da Caixa alcançou R$ 2,2 trilhões, crescimento de 11,4% em 12 meses, e a rentabilidade recorrente sobre o patrimônio (ROE) subiu para 11,93%, um avanço de 2,6 p.p. no acumulado até setembro quando comparado ao ano anterior. A carteira de crédito cresceu 10,3% no período, chegando a R$ 1,3 trilhão, impulsionada principalmente pelo crédito imobiliário, que avançou 11,4% em 12 meses e mantém a Caixa como líder absoluta do setor, com 67,1% de participação.

Por outro lado, não há expansão proporcional da força de trabalho. O relatório mostra que o banco encerrou o trimestre com 84.354 empregados, apenas 714 a mais em um ano, enquanto manteve 3.208 agências, número que representa redução de 49 unidades no mesmo período. Ou seja: mais clientes, mais operações, mais lucro e menos estrutura para dar conta do aumento da demanda.

A pressão sobre os trabalhadores também é perceptível em outras métricas. A provisão para perdas associadas ao risco de crédito cresceu 43,9% apenas no trimestre, totalizando R$ 5 bilhões, e a inadimplência acima de 90 dias subiu para 3,01%, reforçando o cenário desafiador do setor. A cobertura das despesas de pessoal pelas receitas do banco ficou em 85,3%, praticamente estável em relação ao ano anterior, mesmo com o aumento do volume de trabalho.

Para o Sindicato, os números reforçam a necessidade urgente de contratação, valorização e melhora das condições de trabalho dos empregados da Caixa. O diretor Antonio Abdan ressalta que o lucro não pode ser celebrado isoladamente. “Nós, representantes dos trabalhadores, entendemos que a Caixa precisa se manter forte e atender cada vez mais e melhor à sociedade brasileira, pois foi com esse propósito que foi criada. Mas seu crescimento não pode estar descasado da saúde física e profissional de seus empregados. Não pode o crescimento da empresa vir às custas do adoecimento daqueles que garantem o funcionamento do banco. A Caixa precisa contratar na mesma proporção do aumento da demanda, caso contrário, os resultados apresentados deixam de ser motivo de orgulho e passam a representar desgaste e sofrimento para quem está na linha de frente.”

Com carteira de crédito maior, número crescente de clientes e ampliação das operações, é inadmissível que o quadro de empregados cresça tão pouco e que agências sigam sendo fechadas. O desempenho financeiro robusto reforça a importância estratégica da Caixa, mas também revela a urgência de reforçar o quadro e valorizar quem sustenta, na prática, os resultados apresentados.

Victor Queiroz
Colaboração para o Sindicato

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