A Justiça Federal do Distrito Federal decidiu substituir a intervenção no BRB por uma auditoria minuciosa a ser conduzida pelo Banco Central. A determinação foi tomada pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal, no âmbito das investigações sobre possíveis irregularidades em operações entre o BRB e o Banco Master, que teve a liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central devido à sua “grave situação financeira” e à falta de viabilidade econômica.
A medida atende ao pedido do Ministério Público Federal, que, após reunião com representantes do Banco Central, concluiu que não havia necessidade de intervenção formal no BRB. O órgão avaliou que, ao contrário do Banco Master, o BRB não enfrenta crise de liquidez e conta com a possibilidade de reforço de capital pelo sócio majoritário, o GDF. Por isso, considerou suficiente a manutenção da gestão ordinária pelo Conselho de Administração, já que o presidente e o diretor da instituição seguem afastados cautelarmente por determinação judicial.
Com a nova decisão, o BC deverá realizar uma auditoria abrangendo todas as atividades do BRB entre 2024 e 2025. As operações de 2025 deverão ser analisadas em um prazo de 20 dias, enquanto as referentes a 2024 terão 60 dias para conclusão. A auditoria deverá identificar eventuais fraudes, operações inequitativas, prejuízos ao banco público e avaliar os ativos que o Banco Master ofereceu ao BRB em substituição a carteiras consideradas insubsistentes. Qualquer outra irregularidade identificada deverá ser incluída nos relatórios, que precisam ser encaminhados à Justiça com documentação comprobatória.
Permanece válido o afastamento cautelar, por 60 dias, do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e do diretor Dario Oswaldo Garcia Junior. Permanecem também as prisões preventivas e temporárias anteriormente decretadas contra investigados ligados ao Banco Master.
O juiz autorizou o compartilhamento integral das provas reunidas até o momento com os ofícios cíveis do Ministério Público Federal, que conduzem investigações paralelas sob o viés da tutela coletiva, e com o Ministério Público do Distrito Federal, que avaliará a adoção de medidas para eventual responsabilização por improbidade administrativa e reparação de danos ao patrimônio público.
Sindicato como terceiro interessado
O Sindicato decidiu que, a fim de defender os interesses da categoria e do próprio BRB como instituição pública, designará advogado para acompanhar o andamento do inquérito policial, e na fase judicial apresentará pedido ao juiz para atuar como terceiro interessado.
Delação de ex-presidente do BRB e celular de Vorcaro disseminam pânico em Brasília
Celular do dono do Banco Master apreendido pela PF provoca tensão política em Brasília
Banco Master: técnicos do BC relatam pressão política sem precedentes
Caso Banco Master reacende debate sobre supervisão financeira, diz Galípolo
Ibaneis atribui crise envolvendo Master a “excesso de confiança”
Crise do Banco Master: Banco Central relata ter sofrido pressão inédita
Prefeituras do interior de SP aplicaram milhões em fundos do Banco Master
Campos Neto teria ignorado alertas sobre crescimento acelerado do Banco Master
Banqueiros avaliam que Campos Neto pode ter prevaricado ao deixar o caso Master ir longe demais
Bloomberg aponta omissão de Roberto Campos Neto na fiscalização do Banco Master
Fim do Banco Master afeta 515 trabalhadores e 12 milhões de clientes
Ministério Público aciona TCU para investigar fiscalização do Banco Master pelo BC
Decisão aponta "participação consciente" de executivos do BRB em fraude do Master
A nova leva de investigações do BC contra o Banco Master
Xadrez dos interesses do Master e do BRB por clubes esportivos, por Luís Nassif
Os fios ocultos que conectam a primeira privatização de Tarcísio ao Master
Da Redação
Copyright © 2025 Bancários-DF. Todos os direitos reservados