O Itaú Unibanco, o Bradesco e o Santander divulgaram nas duas últimas semanas seus resultados no primeiro semestre de 2010 e, a exemplo dos períodos anteriores, atingiram números expressivos. Em comparação com mesmo período de 2009, o Itaú Unibanco, maior instituição financeira privada do país, apresentou lucro líquido de R$ 6,4 bilhões, montante 39,6% maior que no mesmo período do ano passado. O resultado é o melhor do setor bancário no Brasil para os seis primeiros meses do ano.

O Itaú Unibanco justifica o aumento do lucro à expansão do crédito e a uma necessidade menor de separar recursos para cobrir eventuais perdas com inadimplência. Em relação à carteira de crédito, o conglomerado fechou junho em R$ 296,19 bilhões, aumento de 11,4% sobre o segundo trimestre de 2009. A elevação, segundo o banco, é explicado por altas nos empréstimos a consumidores, sobretudo nos segmentos automotivo e de cartão de crédito, e a pequenas e médias empresas.

Já o Bradesco teve um aumento de 4,7% em seus rendimentos, fechando o semestre com um lucro líquido de R$ 2,405 bilhões. Os resultados do Santander, que o são ainda mais expressivos. Levando em conta o padrão internacional de contabilidade, o IFRS, o banco encerrou o segundo trimestre com ganho líquido de R$ 1,766 bilhão, um aumento de 9,5% perante os R$ 1,613 bilhão apurados no mesmo intervalo do ano passado. Lucro do Santander no Brasil já é o maior do banco no mundo.

O patrimônio líquido do Bradesco subiu 18,8% em relação ao montante de junho de 2009, para R$ 44,295 bilhões. As somas não são menores no caso do Santander, que encerrou o primeiro semestre com patrimônio líquido de R$ 65,325 bilhões, ante R$ 49, 382 bilhões reportados em junho do ano passado. Uma outra informação merece destaque em relação ao grupo espanhol Santander. Nos resultados deste semestre, o Brasil participa sozinho com US$ 1,711 bilhão, o equivalente a 22% dos ganhos mundiais do grupo. A matriz espanhola participa com a mesma fatia do bolo.

“Diante dessa verdadeira montanha de dinheiro, nada mais justo os bancários tomarem sua parte, ainda mais quando sabemos que todo o lucro foi produzido pelo esforço diário dos trabalhadores. Esse é o espírito da Campanha Nacional dos Bancários, no que diz respeito às cláusulas econômicas. No caso do Santander, há uma questão a mais: grande parte desse lucro será remetida à matriz do banco, ao contrário da parte distribuída aos trabalhadores, que permanecerá na economia brasileira”, afirma Rosane Alaby, bancária do Santander Real e diretora do Sindicato.

Campanha Nacional

Dentre as cláusulas econômicas da Campanha Nacional deste ano, está a luta pelo reajuste salarial de 11%, composto pela inflação no período (projetada em 5,71%) e aumento real de 5%. Os bancários também reivindicam uma PLR de três salários mais R$ 4 mil e o valor de um salário mínimo para o tíquete-refeição, a cesta-alimentação, a 13ª cesta-alimentação e o auxílio-creche/babá. As pautas foram decididas durante a 12ª Conferência Nacional dos Bancários, ocorrida entre os dias 23 e 25 de junho no Rio de Janeiro.

É no período de junho a agosto que os bancos costumam divulgar seus resultados do primeiro semestre do ano. O Banco do Brasil apresentará seu balanço no dia 16 de agosto.