A imprensa do Distrito Federal tem veiculado, nos últimos dias, matérias sobre a contratação de outra empresa para fazer nova precificação do BRB e, segundo o secretário de Fazenda do DF, Ronaldo Lázaro Medina, após a conclusão deste trabalho, previsto para outubro, o GDF tomará decisão sobre o que fazer com o banco: vendê-lo ou mantê-lo como empresa do GDF. Sobre isso, algumas questões se colocam:
1) O governador José Roberto Arruda (DEM) já afirmou, em reuniões com funcionários do BRB, que irá vender o banco. Estranha-se, portanto, o fato de o secretário de Fazenda afirmar à imprensa que ainda haverá decisão sobre o futuro da instituição financeira.
2) Desde o ano passado o Banco do Brasil tem mantido negociações com o BRB e o GDF. Durante as conversas, foi superada, inclusive, qualquer dúvida em relação a legalidade da incorporação do BRB pelo BB.
3) A diretoria do BRB contratou, no primeiro semestre deste ano, a consultoria KPMG para fazer a precificação do banco com a mesma finalidade por aproximadamente R$ 900 mil, cujo valor já teria sido pago.
Diante disso, é necessário esclarecer o que foi feito com o trabalho da KPMG e por que a contratação de nova consultoria? E, se o trabalho da KPMG não ficou a contento, por que foi pago?
A bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara Legislativa encaminhou requerimentos ao GDF e à direção do GDF cobrando informações a respeito do trabalho prestado pela KPMG, tais como recibos de pagamento e resultado do trabalho e também a fundamentação para contratação de uma nova empresa.
Vamos cobrar da direção do BRB e do GDF transparência neste processo, uma vez que estas contratações envolvem recursos públicos. O Sindicato espera ainda que o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Distrito Federal também se pronunciem sobre esta situação, afirma Antonio Eustáquio, secretário de Imprensa do Sindicato e funcionário do BRB.
Responsabilidade do governador
A forma como o GDF vem lidando com a instituição BRB, seus clientes e funcionários é, no mínimo, desrespeitosa. O Governo do Distrito Federal trata a empresa, cujo patrimônio principal é a credibilidade, com descaso típico de quem não se importa com isso, pois já se passaram um ano e três meses que o governador Arruda declarou, em São Paulo, o desejo de se desfazer do banco e até hoje, segundo palavras do secretário de Fazenda não tem decisão sacramentada de venda. Esse processo [de precificação] não tem nenhum comprometimento no sentido de que se tenha de chegar a uma solução negociada..., de acordo com matéria publicada no Correio Braziliense.
Só para efeito de comparação, a Nossa Caixa, banco estatal de São Paulo, cuja discussão de venda tornou-se pública em abril passado, já está em fase mais avançada de negociação com o BB, e o go-vernador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou publicamente que este será o caminho (incorporação pelo BB), e que a garantia do emprego dos funcionários da Nossa Caixa é condição primordial na negociação. Já está, inclusive, marcada data (30 de novembro) da reunião do Conselho de Administra-ção da Nossa Caixa para aprovar a incorporação ao BB.
O Sindicato cobra do governador Arruda que chame para si a responsabilidade e venha a público esclarecer o que pretende fazer com o BRB.
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