Em meio aos rumores de que o governo ilegítimo e impopular de Michel Temer já bateu o martelo para a privatização da Caixa Econômica Federal, e que fará o anúncio no final do ano, mais um lamentável episódio chama a atenção do banco público. Em recente depoimento de delação premiada ao Ministério Público, o corretor financeiro Lúcio Funaro acusou o atual presidente do banco, Gilberto Occhi, de desviar recursos da instituição para o Partido Progressista (PP).
Funaro disse que Occhi, à época em que ocupava a vice-presidência da Caixa, atuava na arrecadação de propina dentro do banco e teria até uma meta de repasses ilícitos para cumprir mensalmente. "Qualquer verba da Caixa para sair, tudo quanto é verba do governo, tinha que passar pela diretoria dele. Tinha que passar na vice-presidência dele", afirmou o delator.
Ainda de acordo com Funaro, Gilberto Occhi também foi “apadrinhado” pelo PP para a presidência da Caixa, já no governo Temer. Segundo o delator, Occhi recebeu dos caciques do PP uma “meta” de valores para angariar todos os meses e distribuir ao partido que garantia sua sustentação na cúpula do banco público.
Sindicato exige esclarecimentos
Para o Sindicato, esta é uma denúncia gravíssima, que exige esclarecimentos por envolver a Caixa, embora seja preciso ter cautela com as chamadas delações premiadas, dispositivo legal que se tornou corriqueiro no Brasil de hoje. Mas por envolver o nome da Caixa, a entidade lamenta que mais este acontecimento venha se somar à total falta de transparência e de diálogo, marca da atual direção da Caixa, que ignora as relações institucionais com as entidades representativas dos trabalhadores e os próprios empregados.
Os dirigentes sindicais rechaçam a ofensiva de desmonte da Caixa pelo atual governo, por conta de seu papel social. Ressaltam que os ataques vêm de todos os lados. Um exemplo recente é o PLS 555, que teve um dos seus objetivos frustrados, o que visava a transformação das empresas públicas em sociedades anônimas, graças à mobilização do movimento sindical e de que é um dos seus maiores símbolos a campanha “Se é público, é para todos”.
O governo também já mostrou disposição de vender o braço de seguros do banco, a Caixa Seguridade, mas o processo até agora não avançou. O processo mais avançado é a venda da Lotex, a rede de loteria instantânea do banco público, prevista para ocorrer neste ano.
“Por isso, continuamos na luta em defesa da Caixa como empresa pública e conclamamos a todos os empregados do banco e todos bancários do país a unificarem suas forças para dizermos não a mais esse retrocesso com a privatização”, enfatiza o diretor da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Enilson da Silva.
*Atualizada às 19h33 de 18 de outubro
Da Redação
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