Banco BRB

14 de Novembro de 2008 às 19:50

Funcionários do BRB: regalias ou direitos?

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Historicamente, o Banco de Brasília é identificado positivamente como instituição pública do DF, com atendimento a toda a comunidade, sem discriminação, e com função de desenvolvimento econômico-social, diferenciais reconhecidos por mais de 75% da população, conforme pesquisas formais encomendadas pelo Sindicato dos Bancários e pelo próprio GDF. Os brasilienses desaprovam, firmemente, a hipótese de privatização do BRB.

É de estranhar que o jornalista Vicente Nunes, que reconhecemos bem informado e competente, em sua matéria “GDF tenta valorizar BRB”, de 13/11, taxe os funcionários do BRB como interessados em “regalias” por se posicionarem contra a privatização do banco.

A negociação com o Banco do Brasil é opção política do governador Arruda. O GDF decidiu privatizar o banco e, mais adiante, encontrou a oportunidade de incorporá-lo ao BB, o que não deixa de estar em desacordo com o que Arruda expressava na sua campanha eleitoral.

Cabe ainda salientar que somos regidos pela CLT e por acordos coletivos, como a totalidade da categoria bancária. Não somos “servidores”, com todo respeito que merecem os funcionários públicos, mas profissionais bancários e bancárias. 

Levada ao limite a inferência generalizante a respeito das “regalias” enquanto “servidores”, a discussão do assunto propiciaria questionar também outras formas de relação entre entes públicos e privados, inclusive as do próprio Correio Braziliense, empregador do jornalista, com os bancos públicos, em especial com o BRB.

Antonio Eustáquio Ribeiro
Secretário de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Brasília e funcionário do BRB

Leia abaixo a matéria publicada no Correio Braziliense de 13/11/2008:

GDF tenta valorizar BRB

Idéia é tirar proveito da fase de compra de instituições financeiras para vender Banco de Brasília por até R$ 1,5 bi

O Governo do Distrito Federal (GDF) decidiu botar o pé no acelerador e aproveitar a onda de compras de instituições financeiras para valorizar o Banco de Brasília (BRB), seu principal ativo.

A meta é faturar até R$ 1,5 bilhão com a venda da instituição, cujo controle vem sendo negociado desde o início do ano com o Banco do Brasil, que já demostrou disposição em desembolsar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão no negócio.

O governador José Roberto Arruda, que vinha explicitando certa resistência em se desfazer do BRB por questões políticas, percebeu que, se deixar passar a atual guerra entre os grandes bancos pela liderança do mercado brasileiro, pode acabar ficando com um “mico” nas mãos. A partir de 2011, o maior atrativo do BRB, a folha de pagamento de cerca de 180 mil servidores, desaparecerá. O funcionalismo terá a opção de escolher em qual instituição quer receber sua conta. 

“O GDF não pode perder o bonde. Com o interesse em alta dos grandes bancos por novas fatias de mercado, o momento de se desfazer do BRB é agora”, disse ao Correio um dos profissionais envolvidos nas negociações com o BB. Ele ressaltou que Arruda ouviu um pedido do presidente Lula para que o BB tivesse a preferência. “O Palácio do Planalto tem muito interesse que o BB volte a ser a maior instituição financeira do país, posto perdido depois da fusão do Itaú com o Unibanco”, assinalou.

A idéia inicial do governador era leiloar o BRB, processo que teria a participação dos bancos privados. Mas tal opção foi praticamente enterrada. Arruda concluiu que a compra do BRB por uma instituição privada criaria muita animosidade entre os funcionários da instituição distrital. Pesquisas informais mostraram que eles só aceitariam a venda do BRB para o Banco do Brasil, já que, dessa forma, garantiriam a condição de servidores, com todas as regalias que o setor público oferece. 

Os auxiliares de Arruda mapearam que, sem a resistência dos funcionários, o GDF não terá o menor problema para aprovar a venda do BRB na Câmara Distrital. “Com o BB na jogada, tudo ficará mais fácil”, destacou um funcionário do governo distrital, lembrando que o preço final de venda do BRB sairá das avaliações das consultorias contratadas pelo BB e pelo GDF, em fase final dos trabalhos. A perspectiva é de que isso ocorra, no máximo, até o final deste mês. 

Enquanto a compra ainda está em negociação, o BB praticamente bateu o martelo para a compra da Nossa Caixa, controlada pelo governo de São Paulo. A dúvida é se o negócio será divulgado ainda nesta sexta-feira ou depois do retorno de Lula do exterior.

O BB deve pagar cerca de R$ 7 bilhões pela Nossa Caixa, dos quais R$ 5 bilhões para o governo paulista e R$ 2 bilhões aos acionistas minoritários da instituição. Na próxima semana, o BB poderá fechar a compra de até 49% das ações do Banco Votorantim, pertencente à família Ermírio de Moraes. A operação também deve movimentar aproximadamente R$ 7 bilhões.

Câmara aprova MP 443

O governo conseguiu aprovar,  ontem, na Câmara dos Deputados, a Medida Provisória 443, que autoriza o BB e a Caixa Econômica Federal a comprarem participações acionárias em bancos e em empresas. Tal autorização valerá até 30 de junho de 2011, podendo ser estendida por mais um ano. No caso da Caixa, as participações acionárias serão arrematadas por meio de uma nova subsidiária, a Caixapar.

R$ 21 BILHÕES LIBERADOS

Os bancos de pequeno e médio portes, com patrimônio de até R$ 7 bilhões, já receberam uma injeção de R$ 21 bilhões em seus caixas desde a última semana de setembro, quando o Banco Central começou a liberar depósitos compulsórios para minimizar os impactos da crise mundial no sistema bancário brasileiro. Segundo o BC, outros R$ 10,2 bilhões foram comprometidos com a compra de carteiras de crédito das instituições menores, sendo R$ 5,8 bilhões já aprovados e R$ 4,4 bilhões ainda em análise pela autoridade monetária.

No total, dos R$ 100 bilhões em compulsórios colocados à disposição do sistema para resolver os problemas causados pela retração de liquidez, R$ 56 bilhões entraram no mercado. No final setembro, o saldo dos compulsórios totalizava R$ 272 bilhões. No último dia 7, havia caído para R$ 216 bilhões. O governo, no entanto, acredita que os bancos não estão usando os compulsórios da maneira adequada. Estão preferindo aplicar em títulos públicos do que emprestar aos consumidores e às empresas (VN).

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