Com o apoio do Sindicato, trabalhadores do Banco do Brasil realizam protesto nesta quarta-feira (7) contra a reestruturação do banco imposta pelo governo Temer. A mobilização acontece durante todo o dia, em diversas agências da instituição no Distrito Federal para pressionar o banco a rever a decisão.

As atividades dos bancários e bancárias do BB ocorrem em todo o país em combate ao desmonte do banco e à falta de resposta para as reivindicações de proteção dos funcionários, em função do processo de reestruturação da instituição financeira. 

Na mesa negociação, realizada na quinta-feira (1º), o banco se recusou a passar informações aos representantes dos trabalhadores sobre a reestruturação, que envolve fechamento de agências, cortes de cargos e funções, redução no quadro de funcionários e na jornada, entre outros. O BB também não esclareceu claramente o que vai acontecer com aqueles que não conseguirão realocação.

Números revelam que o BB não precisa de reestruturação. O lucro líquido elevado nos últimos anos indica que a instituição obteve excelentes resultados financeiros. Em 2011 (R$ 12 bilhões); em 2013 (R$ 15 bilhões); em 2015 (R$ 14 bilhões); e, em 2016, mesmo com a recessão econômica, o lucro foi de R$ 7 bilhões (nos primeiros nove meses do ano).

Também houve uma alta sistemática no total de ativos nos últimos anos. Em 2011 (R$ 981 bilhões); 2013 (1,303 trilhões); 2015 (R$ 1,401 trilhões); e 2016 (1,448 trilhões), nos últimos nove meses.

Índice de eficiência do BB

A relação entre as despesas administrativas e de pessoal com o resultado operacional, ou seja, quanto menor, melhor. Banco do Brasil (39,7%), Bradesco (38,2%) e Itaú (48,6%) – bancos privados que trabalham com a lógica exclusiva do mercado.

Reestruturação que mata e prepara para a privatização.

Proposta de corte de mais de 9 mil postos de trabalho representa a sobrecarga e adoecimento. Além disso, visa preparar a empresa para o processo de privatização, meta de Temer.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília