Ao mesmo tempo em que aparece nas primeiras posições dos rankings de ações da justiça trabalhista e de reclamações do Banco Central, o Banco do Brasil também é forte candidato ao troféu de pior empresa para se trabalhar no país. Isso porque a instituição financeira insiste em implantar, a qualquer custo e de forma truculenta, as Plataformas de Suporte Operacional (PSOs), conforme o Sindicato vem denunciando desde o ano passado, quando da implantação do projeto. Nesta semana, os dirigentes sindicais receberam mais três graves denúncias de bancários que estão sendo ameaçados, perseguidos e punidos em virtude da desastrosa PSO.
Em algumas regiões administrativas do Distrito Federal, dentro da Rede Satélite, gerentes de módulo PSO, antigos Gerex, que se negam a descumprir o normativo interno estão sendo punidos. Esses profissionais, que estão sendo obrigados a abrir o caixa por falta de funcionários e se negam a trabalhar na ilegalidade, são perseguidos. De acordo com a denúncia, os funcionários são retirados da sua dependência de origem para se tornarem gerentes volantes contra a vontade e disponibilidade, por punição.
Uma testemunha, que preferiu não se identificar, disse que um gerente foi contundente em sua ameaça: “Quem não quiser abrir o caixa terá que rodar”.
“O BB, que vem insistindo em implantar as PSOs sem mensurar as graves consequências para seus funcionários, está passando dos limites. Como poucos trabalham nas plataformas, as condições só pioram para os que ficam, num ciclo vicioso. Prova disso é que o número de bancários licenciados por motivos de saúde é alto e vários companheiros querem sair de lá para outras diretorias ou pedir demissão”, afirmou o diretor do Sindicato Eduardo Araújo, que também é bancário do BB.
Contra a vontade, disponibilidade e condições profissionais
Em outro caso grave que chegou ao Sindicato, uma funcionária exerce função de caixa sem ter realizado curso de caixa e nem de guichê. E o que é pior: contra sua vontade e disponibilidade.
“Vítimas de uma política equivocada dos gestores do BB, esses trabalhadores estão sendo forçados a realizar atribuições sem preparo para amparar o projeto denominado PSO”, afirma o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Rafael Zanon, também é bancário do BB.
O Sindicato também analisa atentamente denúncia de um bancário em estágio probatório que teme perder o emprego por se considerar um caixa lento. O trabalhador, que não fez a opção para trabalhar no caixa, treme, tem medo e é constantemente ofendido pelos clientes no exercício da função. O bancário também vem sendo criticado constantemente pelos colegas por atrasar a fila. “Em estágio probatório, o funcionário que trabalha no caixa fere o normativo interno”, explicou o diretor do Sindicato e tmabém bancário do BB Wadson Boaventura.
A PSO Brasília foi implantada com o intuito de reduzir custos operacionais nos serviços internos e na operação dos caixas das agências. Com as constantes mudanças na direção do BB, o projeto ficou estagnado desde o início. As unidades que operavam o projeto piloto desse modelo enfrentaram dificuldades variadas, como atribuição desproporcional de responsabilidades e, principalmente, falta de funcionários, com sobrecarga para os restantes.
O Sindicato orienta os funcionários do BB que constatarem irregularidades na PSO Brasília a entrar em contato imediatamente com os dirigentes sindicais, no telefone 3262-9090 e/ou pelos e-mails araujo@bancariosdf.com.br , wadson@bancariosdf.com.br , rafaelzanon@bancariosdf.com.br e jefao@bancariosdf.com.br .
Confira, abaixo, as principais reclamações de funcionários e clientes após a implantação das PSOs:
Consequências:
- Precarização do atendimento ao cliente, com aumento e demora das filas;
- Falta de informações direcionadas ao cliente;
- Deterioração da saúde física e mental do bancário (Ler/Dort e depressão);
- Contaminação do clima organizacional através do assédio moral;
Causa:
· Dotação insuficiente: O dimensionamento de quantitativo de caixas e escriturários com previsão de cobertura de férias, licenças, etc;
· Conflitos de competências PSO x Agência, com divisão do banco em dois grupos com objetivos distintos;
· Desvio de função, sem a substituição efetiva dos gerentes de serviço;
· Problemas nos sistemas;
· Fraude no GAT;
· Problemas na linha de corte dos serviços (serviços de Digitalização , Pasep , e dos PAB`s TJ),
· Problemas dos acessos temporários;
· Dificuldade de participação em cursos presenciais;
· Extrapolação da jornada; e
· Congelamento na carreira.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília
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